Escola
Municipal Rural do Ensino Fundamental Padre Dionísio Kuduavizcz
Projeto Político Pedagógico
2014/2015
Gleba Cascata – 2013
Projeto
Político Pedagógico
Gleba Cascata – 2013
“É
preciso entender o Projeto Político Pedagógico da escola como um situar-se num
horizonte de possibilidades na caminhada, no cotidiano, imprimindo uma direção
que se deriva de respostas a um feixe de indagações tais como: que educação se
quer e que tipo de cidadão se deseja, para que projeto de sociedade? A direção
se fará ao se entender e propor uma organização que se funda no entendimento
compartilhado dos professores, dos alunos e demais interessados em educação.”
(Romão
& Gadotti, 1994: 42)
Coordenação e Elaboração do Projeto
Diretora: Marionildo Marzochi
Antonio
Coordenadoras Pedagógicas: Eliete
Alves Pereira e Rommel Von Wergt
Secretário:
José de Fátima Pimentel de Souza.
Estrutura
Teórica para elaboração do projeto
Cursos de capacitação
oferecidos pela equipe pedagógica da SEMEC
Material de leitura oferecido
pela equipe da SEMEC e Internet
Grupos de estudos e
reflexões
Diretor
Coordenadoras Pedagógicas
Secretário Escolar
Professores
Conselho Deliberativo Escolar
Merendeiras
Auxiliares de Serviços
Diversos
Vigilantes
Redação
final
Eliete Alves Pereira
Gildete Ribeiro Teotônio
Digitação
Eliete
Alves Pereira
Gildete
Ribeiro Teotônio
Parecer
Final
Dânia
Maria Grins
Agradecimentos
Agradecemos
toda equipe escolar e segmentos comunitários, direção, coordenação pedagógica,
secretário, professores, Conselho Deliberativo Escolar, auxiliar de serviços
diversos, merendeiras, vigilantes, alunos, pais e demais membros da comunidade,
Equipe Pedagógica da Secretaria de Educação. A esses colaboradores que se
envolveram direta ou indiretamente na discussão e elaboração desse projeto, que
acreditamos expressar os nossos sonhos e vontade de lutar pela construção de um
mundo melhor, mais justo e igualitário via educação.
A Escola
“Escola
é...
O
lugar onde se faz amigos
não se
trata só de prédios, salas, quadros,
programas,
horários, conceitos...
Escola
é, sobretudo, gente,
gente
que trabalha, que estuda,
que se
alegra, se conhece, se estima.
O
diretor é gente,
o
coordenador é gente, o professor é gente,
o
aluno é gente,
cada
funcionário é gente.
E a
escola será cada vez melhor
na
medida em que cada um
se
comporte como colega, amigo, irmão.
Nada
de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.
Nada
de conviver com as pessoas e depois descobrir
que
não tem amizade a ninguém
nada
de ser como tijolo que forma a parede,
indiferente,
frio, só.
Importante
na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
é
também criar laços de amizade,
é
criar ambiente de camaradagem,
é
conviver, é ‘se amarrar nela’!
Ora, é
lógico...
Numa
escola assim vai ser fácil
estudar,
trabalhar, crescer,
fazer
amigos, educar-se,
ser
feliz.”
Paulo
Freire
A Escola
Que Queremos
Quero uma escola
Que cante a democracia,
Resgate a cidadania
Dando voz a quem não
tem...
Uma escola que partilhe
Os frutos da educação,
Que conquiste corações
E consciências também!
Quero uma escola
Que espalhe a esperança
Que cative a criança
Como quem cultiva
flor...
Uma escola que abraça
Nossos sonhos com
carinho,
Que multiplique
caminhos
No aprendizado do amor!
Quero uma escola
Que mostre um rumo
seguro,
Semeie estrelas no
escuro
E lições de
libertação...
Uma escola que devolva
A alegria esquecida
Que reinvente a vida
Plena de participação!
Sílvio Genro
Projeto Político Pedagógico
Projeto
porque buscamos um compromisso coletivo, uma escola comunidade, onde possamos
trabalhar cultura, valores, normas e formas de convivência e de relacionamento,
construindo uma identidade. Político porque assumimos compromissos
com a formação do cidadão para atuar na sociedade. Tudo isso diz respeito à
arte de governar, administrar, que prevê e dá uma direção à gestão da escola. Pedagógico porque definimos as ações
educativas, que diz respeito à reflexão sistemática sobre as práticas, dando
sentido, cumprindo propósitos e intencionalidades contextualizados
culturalmente.
Segundo José Carlos Libâneo, o projeto representa a oportunidade de
a direção, a coordenação pedagógica, os professores e a comunidade tomarem sua
escola nas mãos, definir seu papel estratégico na educação das crianças e
jovens, organizar suas ações, visando a atingir os objetivos que se propõem. É
o ordenador, o norteador da vida escolar.
(Libâneo ???? )
Assim, quando sentamos juntos com a comunidade para buscar respostas
para os problemas cotidianos, estamos colocando o projeto político da escola em prática. Quando os
professores se reúnem para pensar sobre o seu fazer pedagógico, é o começo de
uma atividade coletiva e certamente terá a escrita do projeto pedagógico da
escola como resultado, que pode ser enriquecido se todos puderem mostrar suas
habilidades e forem respeitados pelas diferenças e não pelas semelhanças.
Portanto, o Projeto Político
Pedagógico é um documento orientador das ações da escola, onde se registram os
alvos a atingir, as opções estratégicas a seguir, em função dos diagnósticos
realizados, dos valores definidos e das concepções teóricas escolhidas.
Sumário
Justificativa_________________________________________________08
Missão
da Escola______________________________________________09
Filosofia
da Escola_____________________________________________10
Metas______________________________________________________11
Ações
Propostas_______________________________________________12
Aquisição
de Recursos___________________________________________13
Desenvolvimento
Metodológico____________________________________13
Objetivos
Gerais e Específicos______________________________________14
1. Contextualização
e Caracterização da Escola_________________________16
2.
Caracterização Socioeconômico e Cultural da Comunidade________________19
3.
Concepção da Educação e da Prática Pedagógica_______________________21
3.1
Fundamentos Ético-Políticos___________________________________24
3.1.1
Nossos Valores____________________________________________24
3.2
Fundamentos Epistemológicos__________________________________26
3.3
Fundamentos Didáticos_______________________________________32
3.3.1
Educação Infantil__________________________________________32
3.3.2 Ensino
Fundamental _______________________________________33
3.3.2.1
Processo de enturmação ____________________________________35
3.3.3
Ensino Fundamental na Modalidade EJA_________________________36
3.3.4 Educação
Especial _________________________________________37
3.3.5
Competências e Habilidades___________________________________38
3.3.6
Avaliação Reflexiva________________________________________40
3.3.7
Gestão Escolar____________________________________________41
4.
Proposta Pedagógica Curricular – Justificativa________________________48
4.1
Objetivos Gerais____________________________________________49
4.2
Currículo Integrado__________________________________________51
4.3
Seleção de Conteúdos_________________________________________51
4.4 Áreas
do Conhecimento________________________________________52
4.5 Proposta
Pedagógica da Educação Infantil__________________________52
4.6
Proposta Pedagógica do Ensino Fundamental________________________58
4.6.1
Alfabetização e Letramento – Anos Iniciais______________________58
4.6.2
Linguagens e suas Tecnologias – Anos IFinais______________________60
4.6.3
Educação Física___________________________________________66
4.6.4
Ciências Humanas e Sociais___________________________________68
4.6.5 Ciências
Exatas e Naturais___________________________________71
4.6.6
Proposta Pedagógica da EJA__________________________________75
5.
Metodologia________________________________________________77
6.
Recursos __________________________________________________79
7. Normas
___________________________________________________80
8. Avaliação
_________________________________________________81
Considerações
Finais____________________________________________82
Referências
Bibliográficas________________________________________83
Justificativa
O novo século se configura como o momento de redefinição de papéis e
conduta nas diversas áreas de atuação. Por redefinição de papéis, entendemos
uma mudança de olhar, que geralmente se processa de forma crítica, para uma
direção reflexiva, ampla e aberta. Paralelamente, as ações devem ser
compatíveis com o olhar e com todo ato, todo fazer de propiciar crescimento,
não só do corpo discente como também do docente, da equipe
técnico-administrativa e de todos que compõem o ambiente escolar.
Dessa forma, o trabalho pedagógico deve ser
realizado no equilíbrio e na harmonia do desenvolvimento de cada ser humano.
Equilíbrio que gera adequação entre os aspectos afetivos e psicomotores e
harmonia para expressar toda produção de conhecimento na vida ao inserir a cada
novo momento, um colorido especial no trabalho, nas relações e no viver. Nesse
contexto é necessário ressaltar a importância do engajamento de todos para o
desenvolvimento socialmente justo no espaço diverso e multicultural do campo.
Devido às inúmeras mudanças da sociedade
interferindo na formação de valores, a Escola Padre Dionísio está (re)
elaborando seu Projeto Político Pedagógico embasado no compromisso com os
valores ético-políticos, na formação de pessoas éticas e competentes que atuam
em busca da compreensão e transformação da realidade com sabedoria e justiça.
De acordo com os artigos 12º e 13º da LDB, Lei
de Diretrizes e Base da Educação Nacional, o projeto constitui um pensar detido
sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho. Nele devemos explicitar
princípios, diretrizes e procedimentos que assegurem a articulação entre as
tarefas da escola e o conhecimento, prevendo objetivos, conteúdos e métodos a
partir da consideração das exigências postas pela realidade social e
estabelecendo estratégias para alcançar as metas propostas. Esta organização do
trabalho pedagógico visa, portanto, à formação de uma equipe participativa, que
reflete sobre o seu cotidiano e que desencadeie ações para o processo de
formação de indivíduos conscientes, criativos e agentes do seu saber.
Missão
da Escola
A Escola Municipal Rural Padre Dionísio
Kuduavizcz assume como missão, a formação da pessoa em seus aspectos
intelectual, físico, social, moral e afetivo, pelo desenvolvimento da
sensibilidade, da capacidade de reflexão, de pensamento autônomo e de ação, de
modo a levá-la a assumir um posicionamento diante da vida, a autodeterminar-se
conscientemente e a contribuir dignamente para a construção de um mundo melhor.
Filosofia
da Escola
A
filosofia da Escola Padre Dionísio é o compromisso com a formação ética,
política e social dos educandos, respeitando seus saberes e o meio em que vivem
para a transformação social. E assim,
contribuir para a definição de sua identidade de escola do campo e para a
construção de um mundo mais justo, mais humano e democrático onde as pessoas
possam viver inspiradas pelos valores de liberdade, solidariedade e respeito
mútuo.
Metas
A escola tem como metas:
·
Assegurar um ensino de qualidade, buscando
elevar a aprendizagem dos discentes de acordo com as possibilidades e ritmo de
cada turma em todas as áreas de conhecimento;
·
Elaborar a proposta pedagógica de acordo com a
realidade do campo, visando promover uma educação voltada às necessidades da
comunidade;
·
Implementar o trabalho coletivo, visando à
integração de todos os docentes, ajudando-se mutuamente em direção a objetivos
bem definidos em busca de um trabalho de qualidade em todas as áreas;
·
Incentivar o trabalho em equipe e a colaboração
entre os profissionais da escola, primando pelo comportamento ético;
·
Modernizar a gestão escolar, estabelecendo uma
estratégia eficiente de comunicação das ações desenvolvidas na escola;
·
Valorizar a cultura regional, mantendo o
respeito, a confiança e a credibilidade da comunidade;
Ações Propostas
Ações concretas que deverão se
constituir em ações permanentes na escola:
·
Reconstrução e permanência da proposta
curricular por área de conhecimento e respectivos métodos de avaliação;
·
Programar a formação continuada utilizando-se
as tecnologias da comunicação;
·
Utilização da HTPC de forma produtiva para o
aperfeiçoamento das práticas coletivas e de gestão democrática;
·
Organização do trabalho pedagógico voltado
para as competências (conteúdos) cognitivas, procedimentais e atitudinais de
forma interdisciplinar e transdisciplinar no espaço escolar adequando-o às
diretrizes curriculares legais;
·
Organização de reuniões de pais e mestres com
temáticas que contemplem a escola do campo e com dinâmicas de forma a
incentivá-los a acompanhar o processo educativo dos filhos;
·
Desenvolvimento de projetos pedagógicos,
promovendo uma educação voltada às necessidades da comunidade;
·
Sensibilização para o registro do pensado e
vivido pela instituição;
·
Desenvolvimento do espírito de equipe na luta
por melhorias do processo ensino-aprendizagem mediante a valorização
profissional;
·
Promoção bimestral de atividades de
confraternização, visando à melhoria das relações humanas no interior da
escola;
·
Garantia do efetivo funcionamento do ambiente
escolar que propicie a prática da leitura;
·
Garantir ao educando a inclusão digital
através do laboratório de informática;
·
Garantia do período integral para que o
educando tenha tempo e espaço para a Educação Física, leitura, informática e demais
projetos e programas assistenciais;
·
Garantir as condições necessárias de
aprendizagens às crianças especiais;
·
Disponibilização de transporte e de
alimentação para concretização de projetos pedagógicos de extensão (excursão
cultural, pesquisa de campo, entre outros);
·
Investimento e credibilidade na cultura do
sucesso escolar, concebendo a escola como centro de cidadania com o Projeto
Arte na Escola;
·
Elaboração de projetos em parcerias com Ongs,
iniciativas privadas e outras organizações: (projeto horta escolar; projeto
jardinagem; projeto de atividades culturais; passeios educativos; palestra na
escola sobre: indisciplina e violência, sexualidade na adolescência, primeiros
socorros, família, uso racional dos recursos multimídia e outros assuntos
voltados ao interesse da comunidade).
Aquisição
de Recursos
Conseguir
recursos junto aos órgãos competentes para:
·
Construção de uma quadra coberta para garantir
o bom desempenho das aulas de Educação Física e de atividades culturais;
·
Um laboratório de ciências para o
desenvolvimento da pesquisa de iniciação científica;
·
Adaptação física do ambiente escolar, visando
propiciar condições para a acolhida de alunos portadores de necessidades
especiais;
·
Construção de salas para funcionamento de
aulas de informática, leitura, apoio pedagógico, recreação e jogos e vídeo;
·
Aquisição de mesas de ping pong, jogo de
botão, tabelas para basquete com aro e cestinha.
Desenvolvimento Metodológico
Linha
de ação
·
Executar, acompanhar e avaliar as ações
estabelecidas no Projeto Político Pedagógico;
·
Respeitar e valorizar a diversidade
sócio-cultural dos educandos e comunidade;
·
Planejar e organizar as atividades
extraclasses, considerando as disponibilidades do meio;
·
Selecionar materiais e inovar metodologias
para trabalhar em sala;
·
Utilizar um sistema eficiente de comunicação
escolar;
·
Manter a assiduidade e pontualidade escolar,
cumprindo o cronograma pedagógico estabelecido;
·
Manter organizado os registros (diários,
cadernos de campo, relatórios e outros);
·
Primar pela ética profissional, respeitando os
princípios de uma gestão democrática.
Objetivos
Gerais da Escola
·
Promover o desenvolvimento integral da pessoa
humana através do aprimoramento da razão e da sensibilidade, tendo em vista o
desenvolvimento de atitudes que favoreçam a realização pessoal e a participação
coletiva.
·
Educar para a liberdade, desenvolvendo a
capacidade de autodeterminação, de pensamento autônomo e de reflexão.
·
Educar para a cidadania, reconhecendo as
condições de direitos e de deveres inerentes de cada um, respeitando as diferenças,
acreditando no potencial de cada um como agente da transformação social.
·
Valorizar o educando como ser social a partir
de uma educação mais humana.
·
Estimular a reflexão sobre a sociedade em que
vivemos e seus valores, promovendo a capacidade de posicionamento crítico e
ético frente à realidade.
Objetivos Específicos
·
Desenvolver projetos pedagógicos a partir de
uma temática com o objetivo de melhorar o ensino-aprendizagem.
·
Organizar a rotina escolar, estabelecendo no
calendário letivo datas e horários para grupo de estudo, planejamento coletivo,
conselho de classe, reuniões de pais e mestres e comemorações.
·
Demonstrar a importância do trabalho coletivo,
promovendo essa prática.
·
Promover eventos culturais que envolvam os
segmentos da comunidade e a participação dos educandos para a formação social.
·
Realizar visitas comunitárias visando conhecer
a realidade sócio-cultural da clientela escolar.
·
Adaptar os trabalhos educacionais às
transformações sociais, oferecendo aos educandos um ensino significativo e de
qualidade.
·
Desenvolver propostas e projetos de apoio
pedagógico aos alunos que apresentam dificuldades.
·
Vivenciar a cidadania na sala de aula, na
escola através de atos e atitudes.
1.
Contextualização e Caracterização da Escola
A
Escola Municipal Rural de Ensino Fundamental Padre Dionísio Kuduavizcz situa-se
na Gleba Cascata, linha 04, aproximadamente a 48 km de Rondonópolis, Mato
Grosso. Seu funcionamento iniciou em
25/07/1978, criada por meio do decreto número 2226/88 e reconhecida pela
portaria número 3277/92.
Desde
sua fundação tem oferecido o Ensino Fundamental. No início, no sistema seriado
atendia alunos até a 4ª série, sendo que as demais foram implantadas
gradativamente. Em 2001 aderiu ao projeto de implantação gradativa do ensino
organizado por ciclos de formação humana em substituição ao regime seriado, sob
as diretrizes teóricas e metodológicas da Secretaria Municipal de Educação,
implantando neste processo o ensino fundamental de nove anos.
Essa
escola tem valor histórico, social e cultural para a comunidade da Gleba
Cascata. Histórico, porque sua criação se deu através do movimento popular,
onde o Padre Dionísio foi um dos líderes desse movimento que junto com o povo
lutou pela posse da terra e, conseqüentemente, pela escola e, por isso, em sua
homenagem a escola tem o seu nome. Social, porque, com condições privilegiadas,
passa a ser o eixo de referência para as discussões administrativas e
políticas, atendendo a comunidade nos mais diferentes interesses. Cultural,
porque é centro de formação voltado para a cidadania que se dá através de
estudos, de discussões de eventos culturais, de lazer e outros, além de sua
função primordial, que é a educação voltada para o conhecimento da realidade de
sua clientela, mas com uma visão do novo paradigma, pois estamos vivendo um
momento de mudanças, e a escola não pode ficar seguindo modelos ultrapassados.
Em
1991, o professor Marionildo Marzochi Antônio, que estudou nesta unidade
escolar até a 8ª série, assumiu a Coordenação da Escola, permanecendo até 1996,
quando foi nomeado Diretor no dia 07 de julho deste mesmo ano pelo então
Prefeito Rogério Sales. Nesse cargo atuou, construindo uma história, até o ano
de 2006, permanecendo no cargo até a presente data.
Na
época, a escola contava com o trabalho de Coordenação pedagógica da professora
Leonice Lima e Silva, que muito contribuiu com a Escola Padre Dionísio e se
aposentou no ano de 2005 e, com o trabalho de Secretaria Escolar, da professora
Irani Lima da Silva, que hoje trabalha na Escola Dersi. Tanto Leonice quanto Irani atuaram até 1997
nas respectivas funções.
Assim,
em 1998, assumindo a função de Coordenadora Pedagógica, a professora Eliete
Alves Pereira, que permaneceu brilhantemente no cargo, contribuindo e
construindo história juntamente com Marionildo, até o ano de 2004. No final de
2004, com a saída da professora Eliete Alves, assumiu por um mês a função a
professora Eliete Oliveira Marzochi. Em 2005, a professora Maria de Fátima Lemes Borges
assumiu a Coordenação até 2006, dando a sua parcela de contribuição. Na função
de Secretário, assumiu em 1998, José de Fátima Pimentel de Souza, que até então
era professor contratado das séries iniciais, e que permanece competentemente
no cargo até hoje.
Exerceu
a função de Diretora, a professora Maria de Fátima Lemes Borges, no biênio
2007/2008 e na Coordenação Pedagógica, a professora Gildete Ribeiro Teotônio
que se aposentou em 2011. Em sua gestão, a professora Maria de Fátima implantou
a ampliação da jornada escolar (período integral), onde o educando fica no
contra turno uma vez na semana para as aulas de Educação Física, de
Informática, de Leitura e de Apoio Pedagógico e agora em 2013, as atividades do
Programa Mais Educação. Em 2008 ainda na gestão da Professora Maria de Fátima,
foi implantado nesta unidade escolar o Ensino Médio, dando oportunidade aos
alunos de continuarem no campo, a Educação Infantil e o Programa PETI que é um
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Ela juntamente com outros
diretores promoveu dois Fóruns das escolas do campo e também o Intercâmbio
Escolar.
Em
2010/2011, esta unidade implantou o Projeto Agroecologia e Desenvolvimento
Sustentável por meio da Escola Padre Dionísio Kuduavizcz em parceria com a
EMPAER de Rondonópolis com o objetivo de implantar, manejar e utilizar os
recursos e talentos locais, bem como criar um espaço transdisciplinar para a
construção de conhecimentos, de reflexão coletiva e de ambientes de
aprendizagens com a utilização da agroecologia enquanto subsidio para a fixação
do homem no campo por meio do ensino formal e informal, contemplando práticas
educacionais sistêmicas, construtivistas e emancipatórias no processo de
formação do cidadão, a partir do contexto sócio-econômico-cultural.
A partir do ano 2009
assumiu a função de diretor, o professor
Marionildo Marzochi Antonio e de exercendo a coordenadoras pedagógicas, as professoras Gildete Ribeiro Teotônio,
para os anos iniciais e, Eliete Alves Pereira, para os anos finais. Neste
ano de 2013 a
Professora Eliete Alves continua na função de coordenadora atendendo os anos
iniciais e o professor Rommel Von Wergeit assume a coordenação dos anos finais
e salas anexas e a professora Maria de Fátima Lemes Borges Pessoa na
coordenação do Programa Mais Educação.
Em seu quadro de funcionários, a escola conta com doze professores
efetivos, todos com título de especialização, trabalhando por áreas de
conhecimento e seis contratos nas reservas técnicas, direção e coordenação.
Além dos professores, a escola conta com um técnico administrativo, seis
vigilantes e três auxiliares de serviços diversos concursados, e, neste ano de
2013, com três ASD, duas estagiárias do curso de Pedagogia para a sala de
leitura e um professor de informática, todos contratados.
Atualmente,
a escola atende em média 153 alunos distribuídos em dez turmas mais 2 salas
anexas no Assentamento Boa Esperança e Casa Esperança, sendo 10 no período
matutino, 1 no vespertino e 1 no noturno. A escola oferece a Educação Infantil,
com uma turma do 1º e 2º agrupamentos do 2º Ciclo, alunos de 4 e 5 anos,
implantada no ano de 2007 e autorizada em 2009, e o Ensino Fundamental,
atendendo a proposta dos Ciclos de Formação Humana em nove anos, 1°, 2º e 3º
Ciclos e Ensino Médio no período vespertino e EJA aos sábados, sendo estes,
extensão da Escola Wellington Flaviano Coelho localizada no Municipio de São
José do Povo. A unidade continua com a ampliação da jornada escolar (período
integral), implantado também em 2007,
que nos anos de 2012/2013 recebeu o nome de “Programa Mais Educação” e
continua oferecendo o PETI, mais um meio de incentivo para o aluno permanecer
na escola. A escola conta também desde 2007 com uma sala de leitura, onde se
encontra um acervo bibliográfico considerável, que tem por objetivo contribuir
com a leitura e a produção textual na sala de aula; conta com um laboratório de
informática, tendo 16 computadores doados através da Secretaria de Educação do
Municipio de Rondonópolis, em que atende todos os alunos do Ensino Infantil,
Fundamental e Médio, com aulas que contemplam as noções básicas de informática,
ministradas no contra turno, com o objetivo de auxiliar tanto na alfabetização
quanto na parte ortográfica da linguagem.
Quanto
à estrutura física, a escola possui seis salas de aula, uma sala para a direção
e coordenação, uma para a secretaria e uma para os professores, um laboratório
de informática, uma sala de vídeo, uma sala de leitura, uma cozinha, um pátio,
um refeitório com uma pequena estrutura de um palco para apresentações, doze banheiros,
sendo seis com chuveiros e seis com sanitários para melhor atender as crianças
e os adolescentes, inclusive dois são adequados a pessoas portadoras de
deficiência física. A escola conta ainda com um alojamento, onde os professores
descansam no intervalo do período integral. Além disso, a escola é equipada com
bebedouros, escovódromo, TV, vídeo, aparelhos de CD, aparelho de DVD,
retro-projetor, tela para projeção, máquina fotográfica digital, computadores,
gravador digital, entre outros. Ajuda na
organização e funcionamento da escola o Conselho Escolar, que é composto por
dezesseis membros, tendo quatro representantes de cada segmento: pais, alunos,
professores e funcionários. O Conselho participa da gestão administrativa e
financeira da escola. Tem como objetivo envolver os diferentes segmentos na
conservação dos equipamentos e prédios, na proposição e na prática escolar,
visando o acompanhamento dos trabalhos escolares, além de oferecer apoio à
aprendizagem dos educandos. Nessa função, preocupa-se em detectar as
dificuldades da instituição e propor formas e alternativas de superação das
mesmas. Por isso participa da elaboração, execução e avaliação da política
educacional da escola. Portanto, o Conselho está voltado para a gestão
democrática e para a busca da qualidade do ensino, no sentido de assegurar as
finalidades sócio-político-culturais da educação.
Neste
ano de 2013, a
escola receberá 2 salas de aulas destinadas ao Ensino Médio.
2.
Caracterização Socioeconômico e Cultural da Comunidade
A escola por sua localização
geográfica recebe a função de agregar os alunos da região, ou seja, de outras
comunidades, assentamentos: Primavera, São Francisco, Banco da Terra, Carlos
Marighela (Pontal do Areia) além dos da Gleba Cascata onde ela está inserida.
Em sua maioria são filhos de pequenos produtores rurais vindos das mais
diversas regiões ou de outras localidades do estado em busca de um sonho de
possuir um pequeno pedaço de terra e com expectativa de melhora de vida. Alguns
há anos que vieram e já estão bem alicerçados e fazem parte da associação de
moradores, outros mais recentes que ainda estão na expectativa de melhora e que
por motivos diversos não participam de nenhuma associação.
A maioria tem como fonte de renda
a agricultura e a hortaliça como atividades de subsistência e a pecuária com a
venda do leite e seus derivados e a piscicultura como atividade para
comercialização, com uma renda familiar que varia de um a três salários
mínimos. Porém, há casos de famílias que sobrevivem com menos de um salário,
casos que vivem apenas das atividades de subsistência da produção de farinha,
polvilho, legumes, verduras e polpa de frutas, da criação de galinhas e suínos,
produtos que são transportados em um caminhão da prefeitura toda sexta-feira
para serem comercializados na feira de Rondonópolis. Há, ainda, casos de
famílias que vivem apenas com o dinheiro que recebe do bolsa família. Devido à
dificuldade de deslocamento, pois o meio de transporte usado pela maioria é um
ônibus que faz a linha apenas duas vezes por semana, saindo de manhã e
retornando à tarde, o que a comunidade mais reivindica é a conservação das
estradas, vias de aceso à escola e à cidade de Rondonópolis.
Cada assentamento tem sua
associação de moradores, embora muitos não participem, possui posto de saúde
com assistência aos hipertensos e diabéticos pelas agentes comunitárias e com
atendimento médico a cada quinze dias, tendo atendimento odontológico somente
na comunidade Cascata. Cada assentamento tem seu poço artesiano, embora alguns
não possuam água encanada, já que esta é responsabilidade de cada proprietário,
assim como a energia elétrica, passa a rede por toda a região, porém tem
aquelas propriedades que não possuem. A maioria das casas é de alvenaria, com
energia, água encanada, fossa séptica, tendo também casas de tábua, pau-a-pique
e adobe, grande, pequena, pois os moradores variam de três a sete pessoas por
família, em que uma ou duas pessoas trabalham e os demais são dependentes.
Quanto à opção religiosa, a
predominante é a católica seguida bem de perto pela evangélica, embora hajam
outras e até quem não tem opção religiosa. Os evangélicos já providenciaram a
construção de sua igreja em cada assentamento, já os católicos praticam suas
celebrações nas sedes de cada assentamento ou na própria escola, no caso da
comunidade da Gleba Cascata.
O campo significa para alguns,
meio de sobrevivência, afinidade com a terra, para outros, forma de crescer
financeiramente e lazer. Significa, também, para alguns, qualidade de vida,
tranqüilidade, facilidade para criar os filhos e para outros, significa,
resultado de não terem tido oportunidades para estudar e, assim, conseguir um
bom emprego na cidade, a única forma de sobrevivência é o campo.
A escola é vista pela comunidade
como a principal fonte de conhecimento para seus filhos rumo a um futuro
melhor. Na visão dos pais, a escola é boa e tem um papel importante na vida dos
filhos, onde eles aprendem a ler, já que a grande maioria dos pais teve pouco
acesso à escola e o que mais lêem é a Bíblia Sagrada. Por isso, incentivam os
filhos a ler, por saberem que o desenvolvimento da leitura traz conhecimento.
Quanto aos educandos, pudemos
observar que a maioria mora com os pais, tendo, porém, uma boa parcela deles que
vivem com os avós, só com o pai ou só com a mãe, outros com tios. Nessa
análise, observamos um dado interessante, os filhos de pais separados vivem
mais com o pai, indícios de que faltam políticas públicas para assegurar a
permanência da mulher trabalhadora rural no campo que precisa ir para a cidade
em busca de emprego. Uma outra questão observada é que a maioria deles gosta de
morar no campo porque se sente livre, com ar o mais puro junto à natureza, se
sente mais seguro e afirma estar longe das drogas e da violência, apesar de que
em alguns casos isolados já termos jovens envolvidos com drogas, prostituição e
violência.
Outro aspecto importante é de como
eles vêem a escola: espaço de lazer, de convívio social, de aquisição de
conhecimento, de assimilação e (re)produção cultural, espaço de formação cidadã
e também como preparação para o mercado de trabalho, embora tenha havido mais
respostas de aquisição de conhecimento. Assim como as mais diversas formas que
os professores deixaram marcas positivas nelas, desde a exigência e cobrança
dos deveres aos incentivos e elogios dispensados a eles, sendo que apenas um
aluno registrou ter marca negativa deixada por algum professor.
3. Concepção da Educação e da Prática
Pedagógica
A
história da pedagogia se fundamenta num passado de muitos anos. Ela tem como
marco grandes pensadores que com suas ideias elaboraram novas doutrinas
pedagógicas, partindo do princípio de que a educação é a base de toda mudança –
política, social, moral. Essas doutrinas pedagógicas foram edificadas como um
protesto a um contexto histórico não ideal. Foram elas que mudaram o curso da
história da educação. Por isso, é importante ressaltar que a educação é o
processo de formação de uma criança, enquanto a pedagogia é o conjunto de métodos
educativos que visa encontrar os melhores meios de educar a criança. Portanto,
o pensamento pedagógico surge com a reflexão sobre a prática da educação, como
necessidade de sistematizá-la e organizá-la em função de determinados fins e
objetivos.
A sociedade contemporânea
tem passado por expressivas transformações de caráter social, político e
econômico. Essas transformações originam-se nos pressupostos neoliberais e na
globalização da economia que têm norteado as políticas governamentais. Nesse
contexto, surgem alguns questionamentos junto aos educadores e demais agentes
escolares: Qual o papel social da escola? Qual a melhor forma de organização do
trabalho pedagógico?
A escola é responsável pela
promoção do desenvolvimento do cidadão, no sentido pleno da palavra. Então,
cabe a ela definir-se pelo tipo de cidadão que deseja formar, de acordo com a
sua visão de sociedade. Cabe-lhe também definir as mudanças que julga
necessário fazer nessa sociedade, através das mãos do cidadão que irá formar.
Mas o que é educar para a cidadania?
Educar para a cidadania tem
muito a ver com o tipo metodológico, com as relações interpessoais que
estabelecemos com nossos alunos, pois não se pode educar para o respeito
aqueles a quem não respeitamos. Não devemos falar da fraternidade aos que
oprimimos. É hipocrisia pregar a participação àqueles a quem calamos. A
cidadania precisa ser vivenciada na sala de aula por todo educador que se
pretenda cidadão. Evidentemente, tanto quanto uma boa metodologia é fundamental
um bom conteúdo.
As ferramentas não foram feitas
para ficar guardadas. É preciso usá-las para aprender a usá-las... para
usá-las! Assim, toda a educação deve orientar-se no sentido do todo. O
conhecimento existe para melhorar a vida. A sala de aula precisa ser uma caixa
de ressonância das aspirações do social. A escola precisa derrubar os muros
invisíveis que a separam da comunidade imediata e do mundo. Quando a escola se define e atua por um conceito
de sociedade democrática, plural e justa?
Quando
ela trabalha no sentido de formar cidadãos conscientes, capazes de compreender
e criticar a realidade, atuando na busca da superação das desigualdades e do
respeito ao ser humano; quando assume a responsabilidade de atuar na
transformação e na busca do desenvolvimento social e seus agentes empenham-se
na elaboração de uma proposta para a realização desse objetivo. Essa proposta
ganha força na construção de um projeto político-pedagógico, mas afinal, o Projeto Político-Pedagógico: para que serve e
a quem serve?
Um
projeto político - pedagógico ultrapassa a mera elaboração de planos, que só se
prestam a cumprir exigências burocráticas. De acordo com Veiga, 1995:
O
projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional,
com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso,
todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar
intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com os interesses
reais e coletivos da população majoritária.
(...)
Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade
da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável,
compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de se definir as
ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus
propósitos e sua intencionalidade.
O
projeto político-pedagógico é, então, o fruto da interação entre os objetivos e
prioridades estabelecidas pela coletividade, através da reflexão, das ações
necessárias à construção de uma nova realidade. É, antes de tudo, um trabalho
que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo:
professores, equipe técnica, alunos, seus pais e a comunidade como um todo.
Trata-se, portanto, da conquista coletiva de um espaço para o exercício da
autonomia. Que autonomia é essa? O que realmente
significa autonomia na escola e para a escola?
Para
que a escola seja realmente um espaço democrático e não se limite a reproduzir
a realidade sócio-econômica em que está inserida, cumprindo ordens e normas a
ela impostas por órgãos centrais da educação, deve ser criado um espaço para a
participação e reflexão coletiva sobre o seu papel junto à comunidade. Segundo Pinheiro,
1998:
Assim,
torna-se importante reforçar a compreensão cada vez mais ampliada de projeto
educativo como instrumento de autonomia e domínio do trabalho docente pelos
profissionais da educação, com vistas à alteração de uma prática conservadora
vigente no sistema público de ensino. É essa concepção de projeto
político-pedagógico como espaço conquistado que deve constituir o elemento
diferencial para o aparente consenso sobre as atuais formas de orientação da
prática pedagógica.
Essa
é a necessidade de conquistar a autonomia, para estabelecer uma identidade
própria da escola, na superação dos problemas da comunidade a que pertence e
conhece bem, mais do que o próprio sistema de ensino. Essa autonomia, porém,
não deve ser confundida com apologia a um trabalho isolado, marcado por uma
liberdade ilimitada, que transforme a escola numa ilha de procedimentos sem
fundamentação nas considerações legais de todo o sistema de ensino, perdendo,
assim, a perspectiva da sociedade como um todo. A autonomia implica também
responsabilidade e comprometimento com o Sistema e com as instituições que
representam a comunidade (conselhos escolar, associações de pais e mestres,
grêmios estudantis, entre outras), para que haja participação e compromisso de
todos. Isso vem explícito no artigo 15 da LDB.
Concluindo as reflexões,
acreditamos que é este o papel social da escola, atuar frente às profundas
desigualdades sócio-econômicas, que excluem da escola uma parcela da população
marginalizada pelas concepções e práticas de caráter conservador inspiradas no
neoliberalismo.
3.1 Fundamentos Ético-Políticos
Devemos
nos mobilizar pela garantia do acesso e da permanência do aluno na escola, pois
não basta esperar por soluções que venham verticalmente dos sistemas
educacionais. Criar propostas que resultem de fato na construção de uma escola
democrática e com qualidade social, fazendo com que os órgãos dirigentes do
sistema educacional, possam reconhecê-la como prioritária e criem dispositivos
legais que sejam coerentes e justos, disponibilizando os recursos necessários à
realização dos projetos da escola. Do contrário, a escola não estará
efetivamente cumprindo o seu papel, socializando o conhecimento e investindo na
qualidade do ensino, já que seu papel é bem mais amplo do que passar conteúdos.
Para isso, deve modificar a sua própria prática, muitas vezes fragmentada e
individualista, reflexo da divisão social em que está inserida. Enquanto escola
do campo, a Escola Padre Dionísio deve se caracterizar como uma prática
organizadora e produtora de cultura com base na cultura do campo. Assim
salienta a Profª Drª Lindalva Garske,
professores e gestores que atuam nas escolas do campo e que são
co-responsáveis pelo processo de organização e produção de cultura, têm que
entender que o campo é um espaço rico e diverso e, ao mesmo tempo, produto e
produtor de cultura.precisam entender, também, que a educação escolar exerce um
papel fundamental no processo de recriação da cultura do campo na medida em que
por meio dela se renovam valores, atitudes, conhecimentos e práticas de
pertença a terra. Ela instiga a recriação da identidade dos sujeitos na luta e
pela luta como um direito social.
3.1.1 Nossos Valores
Ao definir seu Projeto
Político Pedagógico, a Escola Padre Dionísio assume como fundamental o valor da
pessoa humana em sua dignidade. Conseqüentemente propõe uma proposta pedagógica
que crie condições para a construção de identidades, que se constituam pelo
conhecimento e pelo reconhecimento do direito à igualdade, orientando as
condutas para que responda as exigências de nosso tempo. Isso de acordo com o
artigo 5º da Resolução CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2002, que institui as
Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Todo homem
enquanto pessoa constitui um valor em si mesmo e uma educação comprometida com
o aprimoramento pessoal deve respeitar o homem em sua dignidade, repudiando
qualquer tipo de discriminação. Ao destacar o valor da pessoa humana, a escola
elege também como valores a liberdade, a responsabilidade, a justiça e a
verdade.
Liberdade: Uma
educação comprometida com a liberdade deve oferecer instrumentos que permitam o
desenvolvimento da autonomia, do pensamento próprio e da reflexão. O
aperfeiçoamento da pessoa implica a eleição livre e consciente de valores que
possam satisfazer as necessidades pessoais.
Responsabilidade: O
desenvolvimento da liberdade implica em um aumento de responsabilidade pelo
outro, pela natureza e pela sociedade. Ser responsável significa reconhecer-se
como autor de seus atos aceitando suas conseqüências. Isso só é possível
mediante o desenvolvimento de relações de autonomia e de participação que
promovam a capacidade de discernimento dos valores e justiça.
Justiça: A
justiça é um valor fundamental para a formação da pessoa. É uma virtude moral
que implica o reconhecimento do direito do outro. A elaboração do conceito de
justiça e seu aprimoramento se dá na relação com o outro e, nesse aspecto, a
escola desempenha um papel fundamental. Cabe a ela favorecer a vivência de
situações em que a justiça esteja presente e a compreensão e o compromisso, por
parte do educando, de seus direitos e deveres.
Verdade: O
homem é carente de verdade. No seu processo de crescimento pessoal, busca o
conhecimento, o ideal, busca Deus, que é a vivência da sabedoria, do amor e da
felicidade.
3.2 Fundamentos Epistemológicos
A
Escola Padre Dionísio ao propor uma educação mais humanista baseada nos Ciclos
de Formação Humana pretende ultrapassar a prática de transmissão de
conhecimento e comprometer-se com o desenvolvimento de atitudes frente à
realidade. Buscar, assim, contribuir para a formação de pessoas capazes de
posicionarem-se crítica, responsável e construtivamente nas diferentes
situações sociais, capazes de reconhecerem-se como valor, como sujeitos
históricos e transformadores, os quais possam compreender a complexidade do
mundo em que vivemos. Isso implica o desenvolvimento de valores, de conteúdos
que permitam desenvolver as habilidades necessárias a uma efetiva participação
social e, também, de interesse e compromisso dos educandos.
Ao
propormos uma educação integrada, voltada para a realidade, entendida como o
meio em que vivemos, o jeito de trabalhar e de se organizar, respeitando a
natureza que nos cerca (caderno de educação nº 9, MST, 1999, p.13), expressamos
o nosso desejo de ultrapassar a concepção fragmentada do mundo a qual
transforma os homens em objetos destituídos de consciência própria e altamente
manipuláveis, contribuindo para integrar o homem no universo complexo em que
vive, fazendo-o participar da história de sua comunidade na medida em que vai
construindo sua própria história.
Acreditamos
que uma educação de qualidade voltada para o aperfeiçoamento da pessoa deva não
só incluir conteúdos que possibilitam a compreensão da realidade, por parte do
educando, mas que também permita articulá-los entre si, superando as fronteiras
que inibem, reduzem e fragmentam o saber. O que pretendemos é favorecer uma
prática educacional vinculada ao cotidiano em que ela ocorre e a partir da qual
se possa refletir sobre os problemas complexos, amplos e globais da realidade
atual. Essa postura implica superar a fragmentação imposta pela falta de
comunicação entre as disciplinas escolares, implantando uma matriz curricular
em que as disciplinas interajam entre si, trabalhando por áreas de
conhecimento. Como pondera Moretto (2007:74).
a
escola, seguindo o paradigma da simplificação nas ciências, separou fenômenos
complexos e lhes deu o ar da simplicidade. Cada disciplina encarregou-se de
cuidar de uma parte do todo (a Física dos fenômenos físicos, a Química dos
químicos, a Biologia das formas de vida etc.), com a ilusão de que, uma vez
compreendidas as partes, o todo seria compreendido. Mas o todo é muito maior do
que a soma das partes, pois ele é composto das partes e das relações entre
elas.
A
concepção pedagógica em que acreditamos preocupa-se em oportunizar atividades
significativas do cotidiano, uma consciência baseada na interação, na
cooperação, na busca da realização humana, do respeito, do amor, da
solidariedade, do senso crítico e criativo, para uma educação transformadora do
ser humano e do meio em que está inserido, ou seja, tem por base o conhecimento
como uma representação de mundo. Essa representação, segundo Moretto (2007:38) é construída num processo de interação
social entre o sujeito que aprende e os saberes socialmente construídos,
socializados e legitimados.
Essa concepção pedagógica humanista tem como
pressuposto a valorização do ser humano como agente de seu destino, de sua
própria história, que possa analisar a vida presente e objetivar um futuro mais
apropriado, com competência, compromisso político e social. Uma educação
humanista, segundo Wallon, deve considerar todas as disposições que constituem
o homem completo, mesmo estando desigualmente repartidas entre os indivíduos,
pois qualquer indivíduo potencialmente pode se desenvolver em qualquer direção,
dependendo de seu aparato biológico e das condições em que vive.
O
conhecimento é considerado como conjunto de verdades relativas e estas são
condições fundamentais para que o ensino-aprendizagem seja significativo e
atenda as necessidades de formação em uma sociedade dinâmica e complexa,
porque, de acordo com Moretto (2007:47), no
domínio dos saberes, não há verdades absolutas. Elas serão sempre
contextualizadas em função da evolução dos grupos sociais, das necessidades e
dos projetos dos cidadãos.
A
escola tem como objetivo propiciar ao aluno condições, por meio de seus
projetos, para que busque a realização humana, descobrindo o valor do ser. Há a
preocupação de que o aluno construa o seu saber através das experiências de sua
realidade em relação ao contexto global, pois a escola é um espaço social
privilegiado nas construções do conhecimento e precisa trabalhar com o
conhecimento científico, histórico e humano. Moretto (2007:47) pondera que
À
escola cabe o dever de selecionar, dentre os saberes socialmente construídos,
aqueles que constituem as bases com vistas à introdução dos novos membros da
sociedade no contexto da cultura e dos saberes de seu próprio grupo social.
Essa introdução tem dois objetivos: o primeiro é selecionar os conteúdos e
apresentá-los para que seus membros entendam os valores e os saberes que
identificam seu contexto. O segundo é desenvolver a capacidade crítica para
entender o que seria melhor para as novas gerações e ser um agente
transformador de sua própria sociedade.
Nessa perspectiva, a escola deve respeitar e
valorizar os conhecimentos e a capacidade dos educandos, ser compromissada com
a transformação social, valorizar seus profissionais e lutar em conjunto pelos
mesmos objetivos, ser capaz de atender e conviver de forma harmônica com o
coletivo escolar, que é um organismo
vivo, que possui instâncias, atribuições, responsabilidades, correlações e
interdependência entre as partes (caderno de educação nº 9, MST, 1999,
p.13), valorizando e respeitando as especificidades individuais. É dever da
escola, coordenar com ética e coerência o seu processo de avaliação pedagógica,
administrativa e financeira.
A
tarefa da administração é interpretar os objetivos propostos pela Instituição e
transformá-los em ação através do planejamento, organização, direção e
concentrar esforços em todas as áreas e em todos os níveis dos diferentes
setores, a fim de atingi-los, respeitando os profissionais e os agentes dessa
transformação.
O
papel do educador na Escola é a influência positiva junto aos educandos,
orientando-os para que desenvolvam suas potencialidades, preparando-os para que
no futuro atuem como cidadãos conscientes. Para isso, o educador precisa
desenvolver uma postura de profissional reflexivo, pesquisador da própria
prática, com um processo de formação permanente que o prepare para ver o mundo
na sua globalidade, saber trabalhar em equipe, privilegiando a
interdisciplinaridade, o encontro entre os diversos saberes, buscando o que há
de comum entre as diferentes disciplinas e planejar suas estratégias
pedagógicas respeitando as características psicossociais e cognitivas dos
educandos, para que haja aprendizagem significativa. Segundo Moretto (2007:
49),
no contexto escolar, a cada dia são maiores as
exigências na preparação dos alunos, tanto para a competência profissional como
para sua participação como cidadãos, na melhoria da qualidade de vida, tanto
pessoal como de seu grupo social. Esta é uma forte razão para um ensino escolar
voltado para aprendizagens significativas.
O professor reflexivo
é aquele que pensa no que faz, que é comprometido com a profissão e se sente
autônomo, capaz de tomar decisões e ter opiniões. Ele é, sobretudo, uma pessoa
que atende aos contextos em que trabalha, interpretando-os e adaptando-os a
própria atuação, pois os contextos educacionais são extremamente complexos e
não há um igual a outro, podemos ser obrigados a, numa mesma escola e até numa
mesma turma, utilizarmos práticas diferentes de acordo com o grupo. Para Nóvoa (1997, p.27):
As situações conflitantes que os professores
são obrigados a enfrentar (e resolver) apresentam características únicas,
exigindo portanto características únicas: o profissional competente possui
capacidades de auto desenvolvimento reflexivo (...) A lógica da racionalidade
técnica opõe-se sempre ao desenvolvimento de uma práxis reflexiva.
No
caso do educando, a organização por ciclos de formação humana passa a
compreendê-lo como um produtor de conhecimento e não um receptor de informações
prontas e acabadas. Essa organização objetiva assegurar-lhe o tempo necessário
para a aquisição de conhecimentos e habilidades. Desse modo, essa organização vincula-se a
progressão contínua e não pode ser confundida com uma simples promoção automática
como vem ocorrendo.
Uma
das mudanças mais radicais nesse processo é a prática avaliativa. Então
precisamos refletir. Como avaliar na
organização por ciclo? Que instrumentos devem ser utilizados? Em qual momento
se deve avaliar? Para que avaliar? Qual o sentido da avaliação?
Primeiro,
devemos compreender que não se trata de abolir a avaliação e realizar a
promoção automática. Ao contrário, os ciclos de formação exigem uma avaliação
muito mais abrangente. A avaliação acontece em todos os momentos em que o
professor convive com o aluno e, não somente em momentos determinados quando as
dúvidas já se acumularam. Como salienta Luckesi (1995), a avaliação só tem validade se for utilizada com função diagnóstica, no
sentido de captar os avanços e dificuldades dos alunos, para assim orientar a
busca de novos caminhos.
A
avaliação assume um caráter formativo e, por isso, requer uma postura
dialética, que a compreende como parte do processo de aprendizagem. Seu
objetivo central é perceber as deficiências dos alunos e trabalhar suas
dificuldades até que eles realmente as superem. Avaliar significa acompanhar
todo o processo de aprendizagem do aluno e tomar decisões a partir dos
resultados obtidos. O erro passa a ter importância para o acompanhamento desse
processo, pois será um indicador significativo das condições concretas do aluno
avaliado. Como bem disse Vasconcellos (1995, p. 43)
A avaliação é um processo
abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a
prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas
dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para
superar os obstáculos é a forma de acompanhar o desenvolvimento dos educandos e
ajudá-los em suas eventuais dificuldades.
Por
isso, não podemos nos esquecer que a avaliação não é apenas do aluno, mas
também do currículo, do material didático, das condições de trabalho, da
escola, do professor, da participação dos pais, do sistema educacional, da
sociedade, entre outros.
A
avaliação não é o único problema que enfrentamos, porque não basta mudar a
forma de avaliar se não mudarmos as formas de dar aula. A metodologia precisa
ser diversificada. Para isso, precisamos ter coragem de atrasar o programa e
atender as necessidades de nossos alunos, retomar, rever, replanejar, alterar o
ritmo, buscar novas estratégias de abordagem. Temos de partir de onde os alunos
estão e não de onde deveriam estar.
Dificilmente conseguiremos
grandes mudanças se não criarmos nova mentalidade junto aos alunos e seus
familiares. Temos que trabalhar na conscientização da comunidade educativa,
ampliando o grupo de adesão às novas concepções de avaliação. Esse processo
deve ser coletivo, pois as principais decisões de mudanças devem obter o
consenso da maioria para vê-las sair do papel.
Portanto, a avaliação é um processo contínuo
pelo qual o coletivo verifica se os objetivos definidos estão sendo atingidos
através das metodologias e atividades desenvolvidas no contexto concreto. Ela
acontece durante todo o processo de ensino-aprendizagem, por meio da
interpretação qualitativa do desempenho do educando e do conhecimento
construído.
A
escola deve utilizar também a avaliação sistemática, porque há conteúdos que
são relevantes para a vida do aluno e devem permanecer por mais tempo na sua
estrutura cognitiva. Por isso, estes conhecimentos precisam ser revistos de
tempos em tempos para oportunizar melhor fixação, como afirma Moretto
(2007:53).
A
avaliação sistemática pode ocorrer
de tempos em tempos sendo planejada ou pelo professor ou pela organização
escolar... A importância da avaliação sistemática está relacionada à escolha de
conteúdos relevantes que se imagina que os alunos precisam aprender... Por esta
razão, julgamos que a aprendizagem significativa de conteúdos relevantes deverá
ser avaliada sistemática e periodicamente.
Portanto,
o processo de avaliação na escola se dará não só de forma assistemática como
também de maneira sistemática, mesmo porque precisamos preparar nossos
educandos para uma educação global, em que eles vão utilizar alguns
conhecimentos específicos em momentos específicos de sua vida. Isso ocorre nas
avaliações do SAEM, do GESTAR, da prova Brasil, entre outras.
3.3
Fundamentos Didáticos
A
Escola Padre Dionísio Kuduavizcz mantém o 1º e o 2° agrupamentos do 2º ciclo da
Educação Infantil (Pré-escola), o Ensino Fundamental de nove anos organizados
em Ciclos de Formação Humana funcionando em regime de externato, no período
matutino. A Educação Física, Leitura, Informática e atividades do Programa Mais
Educação e do PETI no período vespertino.
Modalidades Atendidas
Modalidade
|
Ciclos
|
Fases
|
Nº
de turmas
|
Turno
de Funcionamento
|
Educação
Infantil
|
II
Ciclo
|
1º
e 2º agrupamento
|
01
|
Matutino
|
Escola
Organizada por Ciclo de Formação Humana
|
I
Ciclo
|
1ª
|
01
|
Matutino
|
2ª
|
01
|
Matutino
|
||
3ª
|
01
|
Matutino
|
||
II
Ciclo
|
1ª
|
01
|
Matutino
|
|
2ª
|
01
|
Matutino
|
||
3ª
|
01
|
Matutino
|
||
III
Ciclo
|
1ª
|
01
|
Vespertino
|
|
2ª
|
01
|
Vespertino
|
||
3ª
|
01
|
Vespertino
|
||
Salas
Anexas
Assentamento
Fazenda Esperança
|
I
Segmento EJA
|
1ª,
2ª, 3ª
|
01
|
Noturno
|
Sala
Anexa
Casa
Esperança
|
EJA
|
1ª,
2ª, 3ª
|
01
|
Vespertino
|
3.3.1
Educação Infantil
Em
consonância com o artigo 29 da LDB, a educação infantil na Escola Padre
Dionísio tem por finalidade promover, em suas práticas de educação e cuidados,
o desenvolvimento integral da criança de 4 e 5 anos de idade, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual, social e moral através do lúdico, pois
acreditamos que a criança aprende por meio das interações e das brincadeiras.
É
importante ressaltar também a importância de propiciar às crianças da Educação
Infantil meios para a compreensão e apropriação da função social da linguagem.
Explorar novas formas de expressão de conhecimento e representação do seu
mundo, para que todos aprendam a expressar suas idéias, seus sentimentos e
aperfeiçoem continuamente suas possibilidades cognoscitivas.
Acreditamos
ainda que para o processo da alfabetização é importante a criança ter familiaridade
com o mundo dos textos logo cedo. Por isso, valorizamos a presença da cultura
escrita na Educação Infantil. As crianças recebem informações sobre a escrita
quando brincam com a sonoridade das palavras, reconhecendo semelhanças e
diferenças entre termos; quando manuseiam todo tipo de material escrito, como
revistas, gibis, livros, fascículos; quando o professor lê para a turma e serve
de escriba na produção de textos coletivos.
Portanto,
se a Educação Infantil cumprir seu papel, envolvendo os pequenos em atividades
que os façam pensar e compreender a escrita, no final dessa etapa eles estarão
aptos a dar passos mais ousados em seus papéis de leitores e escritores.
3.3.2
Ensino Fundamental
O
Ensino Fundamental organizado por Ciclos de Formação Humana nesta Unidade
Escolar, de acordo com os artigos 22 e 23 da LDB, tem por objetivo geral
proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas
potencialidades como elemento de auto-realização, para o exercício da
cidadania, fornecendo-lhe meios para valorizar o meio em que vive e progredir
no trabalho e em estudos posteriores. De acordo com o artigo 2º da Resolução nº
262/02 – CEE/MT, a opção pelo regime escolar por Ciclos de Formação Humana deve
fundamentar-se numa concepção pedagógica que considere os tempos e os modos de
aprendizagem dos educandos, na utilização de recursos e métodos didáticos, na
organização do trabalho e nos processos de avaliação, produtos de elaboração
coletiva.
De
acordo com a proposta da Escola Ciclada de Mato Grosso, a escola organizada por
Ciclos de Formação Humana deve operacionalizar uma visão de totalidade no que
se refere ao Ensino Fundamental, evitando a fragmentação e a mudança parcial da
estrutura curricular. Na estrutura curricular deve existir uma flexibilidade
para que o pensamento, a linguagem e a ação das pessoas sejam expressos, na
busca de uma compreensão das raízes culturais que os constituem como educadores
e educandos e como cidadãos. Assim como, possibilita espaço e tempo para
estabelecer o relacionamento interpessoal, realizar a observação do ritmo
característico de cada educando, o seu conhecimento prévio e o percurso de sua
aprendizagem. Nessa organização, funcionários, professores, alunos, pais, todos
devem trabalhar juntos para assegurar aos educandos a continuidade e
terminalidade dos estudos e a oportunidade de exercerem plenamente sua
cidadania.
Diante
disso, a principal função da Escola Padre Dionísio Kuduavizcz é desenvolver no
educando a capacidade de aprender a aprender e uma das ferramentas fundamentais
para que este processo se instale é o domínio da linguagem. Este é adquirido
pela leitura e pela escrita que vai repercutir em todas as áreas do
conhecimento.
Os
resultados dos diagnósticos, do Gestar e do SAEM têm mostrado que o índice de
alunos críticos e muito críticos é justamente porque apresentam dificuldades na
leitura, na escrita e no raciocínio lógico matemático. Portanto, o grande
desafio da equipe escolar é reverter o baixo desempenho apresentado com um
trabalho centrado na leitura, interpretação, produção textual e raciocínio
lógico, por meio de conteúdos significativos que se aproximam das vivências dos
alunos, de aulas bem preparadas, na qual o aluno tenha claro o que vai aprender
e o sentido desse conteúdo, da integração das disciplinas pela coordenação das
áreas, demonstrando as relações entre os conteúdos.
A
escola como um todo deve ter responsabilidade pelos seus resultados e não
apenas o professor de Linguagens. Por isso, todos os professores devem ter como
objetivo o acompanhamento do desempenho dos alunos e desenvolver uma
metodologia de resultados.
Sabemos
que o aluno precisa da escola não só para aprender a ler, escrever e calcular,
mas também para ser cidadão. Então a escola deve ser o elemento agregador, o
lugar de conflitos e crescimento e, sobretudo, de reconhecimento, onde o aluno
deve ter compromisso e participação ativa no processo e o professor lembrado
como aquele que o ajudou no seu processo de aprendizagem e amadurecimento.
Portanto, o ensino fundamental tem por objetivo a formação básica do cidadão,
mediante:
O
desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo.
Compreensão
do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e
dos valores em que se fundamenta a sociedade.
O
desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores.
O fortalecimento
dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social.
OBS:
Ver fundamentos didáticos da EJA ( Rommel)
3.3.2.1 Processo de enturmação na Escola Organizada
por Ciclo de Formação Humana
A enturmação supõe que o aluno
terá mais facilidade nas trocas socializantes e na construção de sua identidade
com outros de mesma idade. Isso, porque são considerados interesses,
curiosidades e desejos próprios de cada ciclo da vida. Dessa maneira, as turmas
de alunos de cada fase são formadas agrupando os alunos a partir de critérios,
como:
Idade;
Desenvolvimento
sócio-histórico-cultural, afetivo e cognitivo;
Histórico
escolar (escolaridade).
Quadro demonstrativo do processo de enturmação
dos Ciclos de Formação Humana
Ciclos
|
Fases
|
Agrupamentos
|
Fase de desenvolvimento
|
I Ciclo
|
1ª
Fase
|
6 e 7 anos
|
Infância
|
2ª
Fase
|
7 e
8 anos
|
||
3ª
Fase
|
8 e 9 anos
|
||
II Ciclo
|
1ª
Fase
|
9 e
10 anos
|
Pré-adolescência
|
2ª
Fase
|
10
e 11 anos
|
||
3ª
Fase
|
11
e 12 anos
|
||
III Ciclo
|
1ª
Fase
|
12
e 13 anos
|
Adolescência
|
2ª
Fase
|
13
e 14 anos
|
||
3ª
Fase
|
14
e 15 anos
|
||
EJA
|
1ª,
2ª e 3ª
|
Fase
Adulta
|
3.3.3
Ensino
Fundamental na modalidade EJA
A Modalidade da Educação de Jovens e Adultos é uma
categoria organizacional possibilitada legalmente e constitui a estrutura da
Educação Nacional com a finalidade de reparar uma dívida social.
Considerando que a Educação de Jovens e Adultos é
uma modalidade da Educação Básica constituída no sistema Estadual de Ensino
como oferta de Educação regular, a Escola Municipal Rural de Ensino Fundamental
padre Dionísio Kuduavizcz dará oportunidade à clientela que ainda não teve
acesso à escolarização na idade curricular adequada e que também não tiveram
continuidade nas etapas de ensino fundamental, o atendimento de forma
presencial.
A Educação de Jovens e Adultos, como modalidade de
Educação Básica, tem como funções fundamentais:
A Função Reparadora - Como uma garantia de entrada
no circuito dos direitos civis pelo acesso a uma escola de qualidade e o
reconhecimento da igualdade de todo ser humano, que tenha as condições para
promover maiores transformações.
A Função Equalizadora – Garantia da oportunidade e
participação do direito ao bem social de acesso e permanência na escola
promovendo a igualdade.
A Função Qualificadora – Efetiva um caminho para
uma sociedade instruída, garantia de propiciar a atualização de conhecimento
por toda a vida, tem como função alcançar o caráter do ser humano e
restabelecer seu potencial de desenvolvimento e de adequação através dos
quadros escolares e não escolares. Vê a educação como um caminho onde as
pessoas poderão buscar uma formação permanente, pois a escola é o princípio da
formação mais elaborada.
Os alunos que freqüentarem esta modalidade serão
alunos Jovens e Adultos trabalhadores que não tiveram oportunidade de se
escolarizarem na idade apropriada e que por necessidades óbvias buscam o
conhecimento com objetivo de melhorar sua própria condição de vida. Outro
aspecto observado, é que em função da distância existente entre a comunidade
rural e a escola, esses alunos necessitam do transporte escolar.
E,
considerando que a constituição federal garante Escola para todos sem distinção,
constatamos que o funcionamento da Educação de Jovens e Adultos do I e II
segmento nesta instituição de Ensino atenderá as reais necessidades da
comunidade local e circunvizinha, promovendo a formação de indivíduos que
contribuirão na possível transformação do meio em que vive.
3.3.4 Educação
Especial
A
Educação Especial se destina a crianças e jovens portadores de necessidades
especiais que por apresentarem necessidades próprias e diferentes requerem
recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas. Os trabalhos
educacionais específicos, embora diferenciados, não podem desenvolver-se
isoladamente, mas fazer parte de uma estratégia global de educação que visa
suas finalidades gerais.
Segundo Mazotta (1996), Educação Especial é um conjunto de recursos
e serviços educacionais especiais organizados para apoiar, suplementar e, em
alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a
educação formal dos educandos que apresentam necessidades educacionais muito diferentes
da maioria das crianças e jovens.
Por isso, as respostas a essas
necessidades devem estar previstas no Projeto Político Pedagógico da Escola,
não por meio de um currículo novo, mas da adaptação progressiva do currículo
regular, buscando garantir que os alunos com necessidades especiais participem
de uma programação tão normal quanto possível, mas considerando as
especificidades que as suas necessidades possam requerer.
Os procedimentos de adaptações
curriculares estão respaldados pela Lei nº 9394, de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Cap. V, Art. 59). A educação inclusiva, entretanto, não
esgota na observância da lei, que a reconhece e garante, mas requer uma mudança
de postura, de percepção e de concepção dos sistemas educacionais.
Cabe, portanto, à escola
despertar uma nova prática pedagógica, buscando a transformação para uma Escola
Inclusiva, compreendendo o aluno portador de necessidades educativas especiais,
respeitando-o na sua diferença e reconhecendo-o como uma pessoa que tem determinado
tipo de limitação, mas que também possui capacidade para desenvolver outras
habilidades. Para isso, é necessário que se respeite a diversidade humana e que
se abandonem os rótulos, as classificações, procurando levar em conta as
possibilidades e necessidades impostas pelas limitações que a deficiência lhe
traz.
3.3.5
Competências e Habilidades:
As
diretrizes curriculares nacionais, os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais)
dos diferentes níveis de ensino, a Proposta Curricular da SEMEC e uma série de
outros documentos oficiais referentes à educação como ENEM, SAEB, SAEM, GESTAR, PRA LER, PRÓ LETRAMENTO, PROVA BRASIL,
entre outros, têm colocado a necessidade de centrar o ensino e a aprendizagem
no desenvolvimento de competências e habilidades por parte do aluno, em lugar
de centrá-lo no conteúdo conceitual. Isso implica uma mudança não pequena por
parte da escola, que sem dúvida tem que ser preparada para ela.
Ao direcionar o foco do
processo de ensino e aprendizagem para o desenvolvimento de habilidades e
competências, devemos ressaltar que essas necessitam ser vistas, em si, como
objetivos de ensino. É preciso que a escola inclua entre as suas
responsabilidades a de ensinar a comparar, classificar, organizar, selecionar,
analisar, discutir, descrever, opinar, julgar, fazer generalizações, analogias,
diagnósticos para se auto-avaliar. Independentemente do que se esteja
comparando, classificando e assim sucessivamente.
Sabemos que romper com nossos hábitos
não é simples, e um dos complicadores da situação, é
que há uma mistura entre competências, habilidades e conteúdos conceituais,
atitudinais e processuais. Segundo Thereza Bordoni, na hora de falar de
competência mais ampla, carrega-se no conteúdo, não estamos conseguindo separar
a idéia de competência de conteúdos, a escola traz para os alunos respostas
para perguntas que eles não fizeram: o resultado é o desinteresse; As perguntas
são mais importantes que as respostas. Em decorrência, será necessário também
uma mudança no conceito do que é ensinar.
Ensinar é intervir, encaminhar e devolver, um
exercício de relação professor / aluno, entendendo intervir como um processo de
preparação, de provocação, instigação do processo de aprendizagem e da
construção do conhecimento e aprender é mudar, é transformar, é buscar um
sonho. Aprende-se só, mas só se constrói na relação com o outro.
Diante disso, entendemos
que o processo de desenvolver habilidades se dá através dos
conteúdos, em que o aluno passará a exercitar essas habilidades para o
desenvolvimento das competências. As competências/habilidades são inseparáveis
da ação, mas exigem domínio de conhecimentos. Segundo Moretto, as
habilidades estão associadas ao saber fazer: ação física ou
mental que indica a capacidade adquirida. Já as competências são um conjunto de habilidades
harmonicamente desenvolvidas e que caracterizam, por exemplo, uma
função/profissão específica: ser
arquiteto, médico ou professor de química. As habilidades devem ser
desenvolvidas na busca das competências.
Acreditamos
que as habilidades se ligam a atributos relacionados não somente ao saber
fazer, mas ao saber conhecer, ao saber conviver e ao saber ser, pois as
competências se constituem num conjunto de conhecimentos, atitudes, capacidades
e aptidões que habilitam alguém para vários desempenhos da vida. Assim sendo, as competências pressupõem
operações mentais, capacidades para usar as habilidades, emprego de atitudes,
adequadas à realização de tarefas e conhecimentos;
Daí a necessidade de se
considerar as habilidades e as competências como objetivos em si, o que não
significa desvincular as habilidades dos conteúdos. Pelo contrário, os conteúdos
das diferentes áreas devem ser o principal instrumento para o desenvolvimento
dessas habilidades e atingir as competências. O que se necessita é mudar o
enfoque, a abordagem que se faz de muitos assuntos, além da postura do
professor, que em geral considera o conteúdo como de sua responsabilidade, mas
a habilidade como de responsabilidade do aluno.
Mudar o foco para o
desenvolvimento de competências e habilidades implica, além da mudança de
postura da escola, um trabalho pedagógico integrado em que se definam as
responsabilidades de cada professor nessa tarefa. Um grande obstáculo, aqui, é
que nós mesmos, professores, temos dúvidas sobre em que consiste, realmente,
uma determinada habilidade, e mais ainda sobre como auxiliar o seu
desenvolvimento. Afinal, isso nunca foi feito conosco... Mas as dificuldades
não nos devem desalentar. Pelo contrário, representam o desafio de contribuir
para uma mudança significativa na prática didática da escola, pois ainda temos muito o que aprender quanto aos modos de
expressar e principalmente de desenvolver competências e habilidades como
objetivos de ensino e aprendizagem.
De
acordo com Thereza Bordoni, o professor é um elemento chave na
organização das situações de aprendizagem, pois compete-lhe dar condições para
que o aluno "aprenda a aprender", desenvolvendo situações de
aprendizagens diferenciadas, estimulando a articulação entre saberes e
competências. Em lugar de continuar a decorar conteúdos, o aluno passará a
exercitar habilidades, e através delas, a aquisição de grandes competências, ou
seja, desenvolvendo habilidades através dos conteúdos. Caberia então aos
professores mediar a construção do processo de conceituação a ser apropriado
pelos alunos, buscando a promoção da aprendizagem e desenvolvendo condições
para que eles participem da nova sociedade do conhecimento.
Certamente,
para consolidar todos esses aspectos teremos que trabalhar numa construção
coletiva com muito estudo, discussão e reflexão. Para isso, é necessário
que cada professor se sinta responsável pela sua auto-formação e formação
global do aluno e não por um único aspecto, informativo e relacionado à sua
área específica de atuação e rever também sua forma de avaliação.
3.3.6
Avaliação Reflexiva
Nessa perspectiva, outro
fator importante que necessita mudar é a Avaliação. Avaliar é um
processo de reflexão da prática pedagógica de forma contínua e processual para
replanejá-la. A avaliação está a serviço do projeto educativo e, portanto, deve
ser integrante e compartilhada. Sua concepção deve ser construída de modo a
caracterizar:
Observância
às competências propostas.
Predomínio
dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
processo sobre os circunstanciais (testes e provas).
Inclusão
da reorientação de estudos para os alunos com dificuldades de aprendizagem.
Acompanhamento
processual a respeito do desenvolvimento do educando.
Predominância
dos aspectos formativos sobre os somativos.
Citando os Parâmetros: O conceito de aprendizagem
significativa, central na perspectiva construtivista, implica, necessariamente,
o trabalho simbólico de significar a parcela da realidade que se conhece. As
aprendizagens que os alunos realizam na escola serão significativas na medida
em que consigam estabelecer relações substantivas e não arbitrárias entre os
conteúdos escolares e os conhecimentos previamente construídos por eles, num
processo de articulação de novos significados.
Por ser reflexão da ação, a
avaliação torna-se a possibilidade de superação da própria ação e, se
permanente, provoca mudanças na ação educativa, rumo à efetivação de sua
intencionalidade.
A avaliação deve conduzir o ser
humano progressivamente a constituir-se num sujeito autônomo, liberto para o
conhecimento, um pensador livre, crítico, criativo e responsável perante o
contexto sócio, econômico, político e cultural em que está inserido.
Segundo Saul (1994) a avaliação é dimensão intrínseca do ato de conhecer e,
portanto, fundamentalmente compromissada com o diagnóstico do avanço de
conhecimento quer na perspectiva de sistematização, quer na produção de novo
conhecimento de modo a se constituir em estímulo para o avanço da produção do conhecimento.
Essa abordagem nos leva a
entender que a avaliação seja um re-olhar sobre o conjunto da escola. Por essa
razão é importante termos claro o quê, quando, como, com que e para que
avaliamos. Daí a necessidade do cotidiano ser vivenciado intensamente, de
investigar todo o ambiente desde as salas de aula, da participação nas
atividades até a construção de uma ética social.
Necessário se faz uma avaliação
na qual se descreva todo o processo de construção do conhecimento, dificuldades
e avanços do educando durante o processo de escolarização. Para sistematizar os
dados e ou informações coletadas através dos instrumentos avaliativos será
elaborado pelos professores o relatório descritivo individual, considerando
cada área de conhecimento de forma sintética, mas rica em detalhes do processo
vivido pelo educando em interação com outros tendo como mediador destas ações o
professor.
3.3.7
Gestão Escolar
Quando se trata de administrar
uma instituição como a escola pública, a tarefa mais importante do gestor ou da
equipe gestora é tomar as decisões certas para chegar a resultados positivos,
ou seja, implantar as mudanças necessárias para que todos os alunos aprendam.
Manter a documentação, os relatórios e outras questões burocráticas atualizados
faz parte da rotina de qualquer administrador, mas tudo isso deve ser feito em
função do objetivo principal da escola, aprendizagem e desenvolvimento humano
dos educandos. De acordo com José Ernesto Bologno “é função do diretor ou da
equipe gestora estar sempre alerta aos problemas de aprendizagem para ajudar o
professor a encontrar as melhores estratégias de ensino.”
A boa gestão não está ligada às
ações de uma só pessoa, mas envolve a comunidade pedagógica – todos que
interagem com os alunos e que ensina algo a eles. Apesar de o papel do diretor
ser fundamental, sozinho ele não consegue atingir as metas de uma aprendizagem
de qualidade. O coordenador pedagógico é seu grande colaborador para procurar
alternativas para a sala de aula, ir atrás de novas e eficientes estratégias de
ensino, planejar os horários de trabalho coletivo ou coordenar discussões
pedagógicas. O professor, por sua vez, também deve estar envolvido com o
trabalho de gestão, pois na ponta de todo o processo está ele com seus alunos,
aplicando o que foi discutido em equipe.
Portanto, um bom gestor deve ser um líder que rege a
orquestra, mas tendo as mãos ampliadas pelo grupo de especialistas que o
rodeia, e assim agregar as seguintes
atitudes:
Desenvolver
sua gestão primando pela democracia das relações na escola.
Nomear
a coordenação pedagógica, depois de ouvir os professores.
Articular-se
com as famílias e a comunidade, criando processos de integração com a escola.
Primar
pela qualidade da educação na escola, participando da elaboração e execução do
Projeto Político Pedagógico.
Estar
sempre preocupado com os resultados de aprendizagem.
Participar
do planejamento e fazer acompanhamento do trabalho docente.
Conversar
com alunos e funcionários para detectar problemas e níveis de satisfação ou
insatisfação e ouvir sugestões.
Ser
um construtor de consensos, mas estar sempre aberto às novas idéias e à
diversidade, aceitando críticas, opiniões e propostas.
Manter
as questões administrativas em dia.
O
Coordenador Pedagógico é membro do coletivo de profissionais da escola e deve
atuar efetivamente com os professores nos desenvolvimentos dos processos de
aprendizagem dos educandos nos Ciclos de Formação. Podemos pensar em três
visões possíveis para o papel do coordenador: uma, como representante dos objetivos
e princípios da rede municipal; outra, como educador que tem obrigação de
favorecer a formação continuada dos professores, colocando-os em contato com
diversos autores e experiências para que elaborem suas próprias críticas e
visões de escola e, finalmente, como alguém que tenta fazer valer suas
convicções, impondo seu modelo para o projeto pedagógico.
Assim,
compete ao Coordenador Pedagógico:
Coordenar
o planejamento e as ações pedagógicas;
Articular
a elaboração participativa do Projeto Político Pedagógico; coordenar,
acompanhar e avaliar o Projeto Político Pedagógico;
Acompanhar
o processo de implantação das diretrizes da SEMEC relativos aos diagnósticos e
ao currículo, orientando e intervindo quando solicitado ou necessário;
Coletar,
analisar e divulgar os resultados de desempenho dos educandos, fazendo as
intervenções necessárias;
Desenvolver
e coordenar sessões de estudos, nos horários de HTPC;
Manter
atualizado o fluxo de informações entre a Unidade Escolar e a SEMEC;
Propor
de forma articulada com a Direção, projetos que visem à melhoria da qualidade
de ensino e ao sucesso escolar dos educandos;
Promover
a articulação entre pais, alunos e professores, para que todos trabalhem
juntos, buscando, cada vez mais, o progresso do aluno.
Uma
das atribuições essenciais do coordenador pedagógico está, sem dúvida alguma,
associada ao processo de formação continuada, HTPC (horário de trabalho
pedagógico coletivo), que se faz necessária pela própria natureza do saber e do
fazer humano como práticas que se transformam constantemente. A realidade muda
e o saber que construímos sobre ela precisa ser revisto e ampliado sempre. As
trocas de experiências são meios interessantes de formação continuada, além de
contemplar muito o modo como os saberes profissionais do professor são
construídos.
Dessa
forma, um programa de formação continuada se faz necessário para atualizarmos
nossos conhecimentos, principalmente, para analisarmos as mudanças que ocorrem
em nossa prática, bem como para atribuirmos direções esperadas a essas
mudanças. Portanto, a Formação Continuada pressupõe:
A
compreensão de que ela não será a responsável exclusiva pelas transformações
necessárias à escola, uma vez que isso depende de um conjunto de relações, mas
poderá ser um elemento de grande contribuição para essas transformações;
Condições
para a viabilização de suas ações, que podem ser resumidas em três grandes
aspectos: vontade política por parte dos educadores, recursos financeiros e
organização do trabalho escolar com tempo privilegiado para estudos coletivos e
individuais por parte dos professores;
Seu
sucesso requer como eixo fundamental a reflexão sobre a prática dos educadores
envolvidos, tendo em vista as transformações desejadas para a sala de aula e
para a construção da autonomia intelectual dos participantes.
Existem muitos fatores que
facilitam a formação continuada e aqui destacamos dois interdependentes que,
embora pareçam óbvios, contribuem para sua viabilização. O primeiro refere-se a
um ambiente de relações, de confiança mútua e de companheirismo propício para o
trabalho coletivo. O outro, é a responsabilidade e a adesão do professor à
profissão, porque a formação do professor exige que ele queira ser e estar na
profissão.
O
papel do coordenador como educador, tendo em vista o trabalho pedagógico
coletivo, apresenta a complexidade própria de qualquer ação que pretenda o
crescimento real e autônomo de pessoas. Essa complexidade traz sinais que
precisam ser interpretados, sinais das relações interpessoais, sinais de cada
subjetividade produzida em diferentes contextos de relações.
Enquanto
principais agentes do processo ensino - aprendizagem, os professores são
intérpretes dessa complexidade. O enfrentamento da complexidade dessa formação
exige, em primeiro lugar, tempo para se estar junto. Tempo para a construção da
confiança que permite a coragem de expressar os próprios desejos, as próprias
dúvidas e os próprios medos.
Os
saberes profissionais do professor são o conjunto de conhecimentos (teóricos e
práticos) e competências (habilidades, capacidades e atitudes) que estruturam a
prática e garantem uma boa atuação. São, portanto, competências consideradas
como "condições" para que o professor possa ser um sujeito ativo no
seu desenvolvimento profissional, que tenha instrumentos/espaços para pensar
sobre a sua atuação, para tomar decisões e investir na sua própria formação.
São elas:
1.
Tematizar a prática;
2.
Utilizar a leitura e a escrita para o seu desenvolvimento profissional;
3.
Trabalhar em equipe;
4.
Gerenciar sua própria formação.
A tematização da prática ocorre quando se toma
a atuação do professor como objeto de reflexão em toda a sua complexidade e
para a qual é necessário acionar uma série de conhecimentos
diversificados. A competência de
tematizar a prática deve ser continuamente desenvolvida pelos professores e
depende diretamente de outras competências oriundas de outros conhecimentos
construídos.
É
essencial que os professores utilizem a leitura e a escrita em seu
desenvolvimento profissional, já que se
pretende a formação de profissionais autônomos, pensantes e reflexivos. São
muitas as situações possíveis de uso da escrita: relatar suas experiências e
observações, registrar suas idéias, anotar suas dúvidas, escrever para planejar
as atividades e para avaliar o trabalho realizado, escrever para organizar uma
fala, anotar idéias centrais de uma fala para poder acompanhar o raciocínio do
outro, anotar idéias relevantes de um texto lido.
Trabalhar coletivamente se aprende, é
resultado de uma vivência positiva na qual são consideradas e enfrentadas as
dificuldades de ouvir e ser ouvido, de se colocar no lugar do outro para poder
compreendê-lo, de apresentar suas dúvidas, de respeitar os conhecimentos do
outro, ainda que se discorde deles, de se apropriar das discussões do grupo, de
ter uma atitude solidária com os colegas.
Procurar
desenvolver autonomia no gerenciamento de seu percurso profissional é
importante para a construção de competências e também para que possamos afirmar
a perspectiva de valorização e profissionalização do professor.
No desenvolvimento do
trabalho pedagógico, compete ao professor:
Planejar
atividades conjuntamente com seus pares que realmente possam contribuir para o
desenvolvimento das habilidades e competências elencadas no PPP e que estejam
de acordo com os pressupostos teórico-metodológicos definidos para o Ciclo de
Formação/PPP;
Replanejar
suas ações a partir das dificuldades apresentadas na sala de aula;
Acompanhar
o processo de construção do conhecimento e desenvolvimento do educando;
Possibilitar
o surgimento de vínculos afetivos favoráveis para a relação entre professores e
alunos e aluno-aluno, possibilitando o exercício da auto-estima, como aspecto
fundamental para o sucesso escolar;
Utilizar
jogos, brincadeiras, materiais alternativos e outros espaços além da sala de
aula para o desenvolvimento das ações curriculares;
Utilizar
a heterogeneidade do nível de conhecimento dos alunos nas atividades, como
suporte para garantir intercâmbio no cotidiano escolar;
Observar
o “erro construtivo” do educando, como indicador para novas intervenções
didáticas, respeitando o processo cognitivo de cada um;
Posicionar-se
de forma mediadora, utilizando, na prática pedagógica, a problematização e o
confronto de idéias como estratégia metodológica que facilita a construção do
conhecimento;
Encaminhar
ao Apoio Pedagógico os alunos com dificuldades de aprendizagem.
Apesar
da importância da sala de leitura, cuidar dela não se constitui uma tarefa
fácil. O estagiário precisa, principalmente, possuir o hábito de ler, ser
democrático e organizado, ser conhecedor da proposta pedagógica da escola e
estar envolvido com o planejamento curricular de todas as áreas. Por isso, é
importante o trabalho coletivo para a interação das temáticas desenvolvidas. De
acordo com as orientações da SEMEC o estagiário precisa estar cursando
Biblioteconomia, Pedagogia ou Letras. São
deveres pertinentes ao estagiário:
Ser
leitor assíduo;
Montar
os sistemas de empréstimos e consultas de livros;
Organizar
com boa visualização os livros;
Orientar os educandos no uso dos materiais;
Informar
fontes, contexto da época, data de publicação;
Desenvolver
estratégias de incentivo à leitura;
Trabalhar em parceria com os professores;
Manter a sala de leitura organizada.
O coordenador
de informática não é apenas um facilitador, mas o coordenador do processo. Ele
deve estar atento e envolvido com o planejamento curricular de todas as áreas,
para poder sugerir atividades pedagógicas, envolvendo a informática. Por isso é
importante o trabalho coletivo para a interação das temáticas desenvolvidas.
Em
resumo, o coordenador de informática
deve:
Ter
uma visão abrangente dos conteúdos desenvolvidos e estar atento aos projetos
pedagógicos das diversas áreas, verificando sua contribuição;
Conhecer
o projeto pedagógico da escola;
Ter
experiência de sala de aula;
Ter
visão geral do processo e estar receptível para as devidas interferências nele;
Perceber
as dificuldades e o potencial dos educandos, para instigá-los e ajudá-los;
Mostrar
aos professores que o laboratório deve ser extensão de sua sala de aula;
Pesquisar
e analisar os softwares educativos;
Ter
uma visão técnica, conhecer os equipamentos e se manter informado sobre as
novas atualizações;
Estar
constantemente receptível a situações sociais que possam ocorrer.
4.
Proposta Pedagógica Curricular
Justificativa
A
interdisciplinaridade, entre outras características, questiona a segmentação
entre os diversos campos do conhecimento, com uma visão compartimentada das
disciplinas. De acordo com essa
tendência pedagógica, o conhecimento passa a ter natureza sócio-interacional,
inserido em um tempo e um espaço. Assim, as diversas disciplinas deverão fazer
parte de um currículo integrado por objetivos comuns, que contribua para o
processo educacional como um todo.
É preciso superar a visão enciclopédica do
currículo, que é um obstáculo à verdadeira atualização do ensino. Um dos
desafios é a convergência de toda a comunidade escolar em torno de um projeto
pedagógico que integre não só as disciplinas, mas todas as áreas de
conhecimento.
Esse currículo integrado
pressupõe alterações nas relações de ensino-aprendizagem, ou seja, pressupõe um
ensino mais exigente. Exige um planejamento que deixe muito claro para o
professor e para o aluno o que, por que e como se vai aprender. Exige que o
professor conheça a realidade do educando e suas redes de relações, mas exige
também um aluno mais participativo, mais questionador.
Partindo do pressuposto que a
escola dificilmente conseguirá propiciar condições para que os educandos
aprendam tudo o que é importante, mas que pode possibilitar que eles se
apropriem de diferentes conhecimentos gerados pela sociedade, relacionando
sempre a realidade com o universal, é que estamos integrados no projeto
pedagógico e também no planejamento.
Não é simples selecionar o que
ensinar de modo integrado, mas precisamos refletir sobre quais saberes poderão
ser mais relevantes para o convívio dessas crianças e adolescentes e para sua
inserção na sociedade letrada, pois eles têm o direito de aprender os conteúdos
das diferentes áreas de conhecimento, inclusive ter acesso á informática, que
lhes assegurem cidadania no convívio dentro e fora da escola. Assim é
fundamental que cada professor se sinta desafiado a repensar o tempo
pedagógico, analisando se a seleção de conteúdos, competências, habilidades e
se o que ensina é de fato importante e significativo para os educandos,
considerando que eles são crianças e adolescentes que apresentam
características singulares dessas etapas de desenvolvimento. A escola assume um
caráter democratizador à medida que proporciona não apenas o acesso, mas a
apropriação do conhecimento e da tecnologia.
Reconhecemos a necessidade da
circulação de informações e conhecimentos, mas não queremos que nossos
educandos aprendam conceitos ou teorias científicas desarticuladas das funções
sociais, principalmente as relacionadas à realidade deles. Queremos que eles
pensem sobre a sociedade, interajam para transformá-la e construam identidades
pessoais e sociais. Por isso, a necessidade também de introduzir a informática
no processo ensino-aprendizagem como elemento tecnológico eficiente para inovar
e dinamizar métodos e técnicas pedagógicas, porque a escola colabora para a
transformação social na medida em que fomenta as capacidades intelectuais, as
atitudes e o comportamento crítico em relação à sociedade em que está
inserida. E quando a escola promove uma
condição de aprendizado em que há entusiasmo nos afazeres e paixão nos desafios,
está construindo a cidadania em sua prática.
Portanto, ao planejar as
situações didáticas, seus projetos, cada professor tem o compromisso de
refletir sobre seus alunos, considerando o desenvolvimento integral deles,
contemplando as características culturais a que pertencem e as características
individuais, tanto no que se refere aos modos como interagem na escola, quanto
às bagagens de saberes de que dispõem, planejando estratégias para superação
das dificuldades apresentadas.
Certamente, o educando encontrará maior motivação para aprender a partir
do momento em que o processo educacional levar em consideração sua realidade
com suas necessidades, interesses, afetividades, modo de ver e viver a vida e
de se expressar através do desenvolvimento de uma temática que surgiu da
investigação do pensar da comunidade referente à sua realidade.
4.1 Objetivos Gerais
O
objetivo geral da escola é promover a produção de conhecimentos e a formação de
pessoas íntegras e integradas à sociedade por meio da participação coletiva nos
projetos pedagógicos em busca da cidadania e da dignidade, de forma autônoma e
criativa. Para isso, o ensino deverá organizar-se de modo que, ao final do
ensino fundamental, os educandos sejam capazes de:
-
compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontam em diferentes
situações de participação social, interpretando-os corretamente e inferindo as
intenções de quem os produz, valorizando a leitura como fonte de informação.
Utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem para ter acesso,
compreender e fazer uso das informações contidas nos textos, fazendo também com
que o conhecimento da língua inglesa na vida real, torna o aprendizado mais
próximo, familiar e eficaz;
-
expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal
e/ou coletiva, observando as relações entre o homem e a realidade e desenvolver
atividades que favoreça a formação da identidade e fecunde a consciência de uma
sociedade multicultural;
-
participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e
construtivas com os outros, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e
solidariedade em situações lúdicas e esportivas;
-
conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos, em diversos tempos e
espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais,
reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles, continuidades e
descontinuidades, conflitos e contradições sociais, assim como conhecer a
organização geográfica e o funcionamento da natureza em suas múltiplas
relações, de modo a compreender o papel das sociedades em sua construção e na
produção do território, da paisagem e do lugar em que vive;
-
reconhecer que a busca de Deus é algo fundamental para o ser humano e que a
postura do homem moderno, calcada no ter e não no ser, deixa-o angustiado,
insatisfeito, possessivo, consumista, fato que o faz abusar e degenerar a vida;
-
compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte
integrante e agente de transformações do mundo em que vive, identificando
relações entre conhecimento científico e condições e equilíbrio da vida, com as
permanentes interações entre seres vivos e os demais elementos do ambiente,
resolver situações-problema, utilizando o conhecimento matemático, selecionar,
organizar, produzir informações e interpretá-las para o desenvolvimento do
raciocínio;
-
Instrumentalizar o educando com a informática, abrindo-lhe horizontes,
possibilitando-lhe conhecimentos adversos no mundo imaginário da revolução
tecnológica em constante evolução, porque a compreensão do impacto das
tecnologias contemporâneas sobre o mundo do trabalho e a vida social é urgente
no contexto em que vivemos.
4.2
Currículo Integrado
Vivemos num mundo globalizado, no qual tudo
está relacionado, onde as dimensões financeiras, culturais, políticas,
ambientais, científicas são interdependentes, e, onde nenhum dos aspectos pode
ser compreendido à margem dos demais.
O currículo globalizado e interdisciplinar
converte-se em uma categoria capaz de agrupar uma ampla variedade de práticas
educacionais desenvolvidas na sala contribuindo para melhorar os processos de
ensino-aprendizagem.
Sendo assim, a Escola Padre Dionísio acredita
que ao trabalhar as disciplinas integradas estará oportunizando a construção de
uma aprendizagem significativa, não fragmentada, proporcionando ao educando uma
visão mais ampla da sociedade.
4.3
Seleção de Conteúdos
O currículo é um importante elemento
constitutivo da organização escolar. Currículo implica, necessariamente, a
interação entre sujeitos que tem um mesmo objetivo e a opção por um referencial
teórico que o sustente. Sendo assim, é uma construção social do conhecimento,
pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive. Segundo
Gimeno Sacristán (1999),
O
currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à
educação; entre o conhecimento e culturas herdadas e a aprendizagem dos alunos;
entre a teoria (idéias, suposições e aspirações) e a prática possível, dadas
determinadas condições.
Após um levantamento junto à comunidade, de
vários estudos e discussão acerca do currículo, abordamos a organização das
matrizes curriculares com propostas pedagógicas que devem ser ajustadas
conforme os níveis, as fases/turmas e o grau de competências, considerando a
LDB (Lei 9394) e o Parecer do CNE nº 4/98 item IV que garante aos alunos uma
Base Comum e a Parte Diversificada: Área das Linguagens, Área das Ciências
Humanas e Sociais, Área das Ciências Exatas e Naturais.
4.4
Áreas do Conhecimento
Ao
propor um currículo integrado, estamos considerando que as disciplinas possuem
uma ligação muito estreita entre si, tanto quanto à sua constituição quanto à
exigência de seus saberes e de suas habilidades. Essa forma integrada de
apresentar as disciplinas se deve ao fato de compreendermos que o ser humano
não pode ser concebido de maneira fragmentada.
Por
isso, o princípio básico do trabalho pedagógico deve estar pautado na
interdisciplinaridade, porque o conhecimento produzido em qualquer área, por
mais amplo que seja, representa, apenas de modo parcial e limitado, uma forma
de ver a realidade. Embora complexa, a realidade é una, uma vez que todos os
seus aspectos são interdependentes.
Daí
a importância da instauração de diálogo entre as várias disciplinas na busca da
unidade na diversidade e, portanto, a necessidade de uma visão e postura
interdisciplinar no processo ensino-aprendizagem. Entretanto, há de se levar em
conta que o procedimento interdisciplinar promove o tangenciamento entre as
características de cada área de conhecimento, sem, contudo, romper com suas
especificidades, o que significa dizer que o sucesso interdisciplinar consiste
na abertura das fronteiras, mas não em ignorá-las.
4.5 Proposta Pedagógica da Educação Infantil
Educação Infantil: II Ciclo –
crianças de 4 e 5 anos
Justificativa
O
cotidiano da Educação Infantil se estrutura em torno de três eixos
complementares: Cuidar, Brincar e Educar. Os cuidados são essenciais
nesta fase e se referem tanto aos cuidados com o corpo, com o ambiente, com a
alimentação, quanto à atenção às necessidades emocionais e sociais da criança.
Atitudes de acolhimento e respeito às peculiaridades da criança promovem a
passagem de uma dependência absoluta para uma progressiva independência. Outro aspecto do trabalho se refere ao papel
do brincar, do lúdico e do simbólico no cotidiano da escola infantil.
Sabemos que a criança pequena processa o mundo e as informações através do
brincar. É através desta atividade básica que ela cria, imagina, transforma,
transgride. A brincadeira permite conhecer, experimentar, passar do real ao
imaginário. Brincar é uma experiência de
cultura e um complexo processo interativo e reflexivo que envolve a construção
de habilidades, conhecimentos e valores sobre o mundo. Educar para que a criança possa cada vez mais compreender o mundo
em que vive por meio do trabalho pedagógico com os conhecimentos que possui e
com aqueles de que vão se apropriando. É importante demarcar que o eixo principal
em torno do qual o brincar deve ser incorporado nas práticas pedagógicas é o
seu significado como experiência de cultura.
Por isso, devemos oferecer um espaço onde as crianças sintam-se,
acolhidas e livres para brincar, experimentar, criar e principalmente conviver
e realizar trocas sociais com seus pares.
São objetivos da Educação Infantil:
- Propiciar ao aluno um ambiente rico em
experiências necessárias ao desenvolvimento físico, psicomotor, cognitivo
e sócio-afetivo, complementando a ação da família e da comunidade;
- Promover a ampliação das experiências e
conhecimentos do aluno, estimulando seu interesse pelo processo de
transformação da natureza e pela convivência em sociedade;
- Estimular a criatividade como elemento de
auto-expressão; a construção do conhecimento que inclui necessariamente as
idéias de descobrir, de inventar, de redescobrir e de criar.
- Fornecer-lhe os pré-requisitos
necessários à continuidade do processo educativo
Currículo
O currículo da
Educação Infantil será organizado através das atividades assim distribuídas:
1.
Atividades de comunicação e
expressão que desenvolvam as linguagens verbal, plástica, musical e corporal;
2.
Atividades com materiais que
favoreçam o processo de elaboração de descoberta, de levantamento de hipóteses,
de criação e de reinvenção;
3.
Atividades que estimulem a
construção de conhecimentos matemáticos e do meio físico e social;
4.
Atividades que lhe proporcione desenvolvimento
na construção do conhecimento, como sujeito social e histórico permeado pelo
meio em que vive;
5.
Atividades que favoreçam o
contato com a língua escrita.
Disciplinas
Linguagem e Expressividade (práticas
Lingüísticas, Linguagem Corporal – Movimento – Linguagem Artística – Artes
Plásticas e Música), Identidade e Cultura (Ambiente Natural e Higiene, Leitura
Numérica e Lógica Matemática) e Filosofia.
Procedimentos para
acompanhamento e avaliação dos educandos
As atividades deverão ser
programadas obedecendo a uma seqüência e ordenação cuidadosamente estabelecidas
e apresentadas às crianças de forma lúdica como:
- organizando rotinas que
propiciem a iniciativa, a autonomia e a interação entre as crianças;
- criando espaços onde se
construam ações conjuntas;
- colocando à disposição das
crianças materiais e objetos para descobertas, ressignificações e
transgressões;
- compartilhando brincadeiras
com as crianças, respeitando-as e contribuindo para ampliar seu repertório;
- observando as crianças para
melhor conhecê-las e compreender seu universo e referencias culturais;
- estabelecendo pontes, com
base nessas observações, entre o que se aprende no brincar e em outras
atividades; centrando a ação pedagógica no diálogo, trocando saberes e
experiências, trazendo a dimensão da imaginação e da criatividade para a
prática cotidiana de ensinar e aprender.
A avaliação, na Educação Infantil, far-se-á
mediante acompanhamento e registro da observação do desenvolvimento do aluno
durante as atividades realizadas na Escola, não tendo como objetivo a promoção
ou a retenção do aluno e não constituirá pré-requisito para o acesso ao Ensino
Fundamental. A avaliação será registrada através de relatório individual do
aluno e apresentada aos pais para terem ciência do desenvolvimento do seu
filho.
O que faz uma
criança em uma Escola
de Educação Infantil?
Brinca. Certamente brinca.
Começa a fazer amigos, passa horas felizes convivendo com crianças e adultos
que não são seus familiares. Mas não é apenas isso o que acontece. Até os 6
anos, a criança viverá uma das mais complexas fases do desenvolvimento humano,
nos aspectos intelectual, emocional, social e motor, que será tanto mais rica
quanto mais qualificadas forem as condições oferecidas pelo ambiente e pelos
adultos que a cercam.
Uma escola precisa ser mais
do que um lugar agradável, onde se brinca. Deve ser um espaço estimulante,
educativo, seguro, afetivo, com professores realmente preparados para
acompanhar a criança nesse processo intenso e cotidiano de descobertas e de
crescimento. Precisa propiciar a possibilidade de uma base sólida que
influenciará todo o desenvolvimento futuro dessa criança.
Por isso, a escola deve
estruturar um projeto diferenciado para a Educação Infantil. Sem abrir mão de
ser um espaço para o livre brincar, de ser um ambiente extremamente afetivo, a
escola deve oferecer um cotidiano rico e diversificado de situações de
aprendizagem planejadas para desenvolver as linguagens e as emoções e
estabelecer os pilares para o pensamento autônomo.
Toda escola de Educação
Infantil precisa ter certeza do que quer desenvolver na criança. Assim, para
formar uma criança saudável e desenvolver sua capacidade de aprender a
aprender, sua capacidade de pensar e estabelecer as bases para a formação de
uma pessoa ética capaz de conviver num ambiente democrático, a escola deve
propor atividades que desenvolvem um conjunto de conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores adequados a cada faixa etária.
Leitura e Escrita, Artes
Plásticas, Música, Educação do Movimento, Conhecimento da Natureza e da
Sociedade, Filosofia – em todas as atividades o aluno não é absolutamente aquele
estudante passivo da educação tradicional, mas um aluno participante, ativo no
processo de construção do conhecimento.
Em todas as áreas, os alunos têm a possibilidade de utilizar recursos como a Informática e
vivenciar experiências ricas.
Linguagem
oral e escrita
O
aluno da Educação Infantil vai aprender a ler e a escrever? Ele irá além disso,
porque não aprenderá mecanicamente, aprenderá a ler com compreensão os diversos
tipos de texto, inclusive os bons textos literários. A leitura será uma fonte
de lazer e de desenvolvimento da imaginação, mas sem a obrigatoriedade. Nossos
alunos devem saber, desde cedo, que podem usar a linguagem de forma criativa,
para expressar idéias e emoções e interagir com os demais. Assim, iniciam um
processo para se tornar um leitor e um escritor competente.
Linguagem das
Artes Plásticas e Música
Ver crianças pintando ou
cantando são cenas comuns da Educação Infantil. Mas é muito importante que os
pais saibam que esse trabalho pode ser desenvolvido em diferentes graus de qualidade.
A experiência com as Artes abre novos horizontes para o ser humano, amplia as
possibilidades de percepção do mundo e de expressão. Desde os primeiros anos,
as crianças exploram e conhecem os elementos da linguagem visual e musical,
pintando, esculpindo, criando, apreciando trabalhos de outras crianças e de
artistas consagrados e visitando exposições. As experiências em Artes Plásticas
oferecem à criança a possibilidade de explorar e criar intimidade com os
materiais, descobrindo as possibilidades expressivas dos mesmos e, desta forma,
ampliando seu campo referencial. Às crianças menores, devemos proporcionar
oportunidades para que trabalhem em contato direto com tintas, colas e outros
materiais, sem a intermediação de pincéis ou outras ferramentas, pois
sensivelmente elas estarão pesquisando, refletindo e concluindo sobre as
características desses materiais. A verbalização sobre as suas experiências de
trabalho é fundamental, nesta faixa etária. Da mesma forma, em aulas de Música,
eles aprendem a ouvir e a cantar músicas de diferentes épocas e estilos;
aprendem também a explorar sons e instrumentos, desenvolvendo sua musicalidade.
Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos
rítmicos, são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela
atividade musical, além de propiciar a vivência de elementos estruturais dessa
linguagem. A criança através da brincadeira, relaciona-se com o mundo que a
cada dia descobre e é dessa forma que faz música: brincando. Receptiva e curiosa,
ela pesquisa materiais sonoros, "descobre instrumentos", inventa
melodias e ouve com prazer a música de todos os povos. De forma ativa e
contínua, a aprendizagem musical integra prática, reflexão e conscientização,
encaminhando a experiência para níveis cada vez mais elaborados.
Educação do movimento
Existe
ainda uma tendência a pensar corpo e mente como realidades completamente
distintas. Mas, o movimento corporal é uma importante dimensão do
desenvolvimento humano e nas crianças ele está intrinsicamente ligado ao
desenvolvimento da inteligência. A exploração do ambiente e do espaço por meio
do movimento é estimulada em atividades fora da sala de aula e sempre de forma
lúdica. As propostas são ricas e desafiadoras possibilitam o aprimoramento do
movimento e a ampliação do conhecimento acerca de si e do outro. A proposta de
Educação do Movimento incorpora algumas produções da cultura corporal como o
jogo, o esporte, a dança e a ginástica, brincadeiras, dando novos significados
à cultura corporal humana iniciação de práticas esportivas. De forma lúdica,
procura encontrar em cada um de seus conteúdos os benefícios fisiológicos,
psicológicos e suas possibilidades de utilização como instrumentos de
comunicação, expressão, lazer e cultura.
Identidade e Cultura
Atividades
que permitem a criança tomar consciência do mundo, mediada pelos conhecimentos
do cotidiano e, gradativamente, conhecer as diferenças, as transformações, as
mudanças e os conhecimentos elaborados pelas ciências, e assim, construir e/ou
reconstruir, de forma contextualizada, suas representações a respeito do mundo
social e cultural.
Conhecimento da
Natureza e da Sociedade
Estas atividades abrem um
espaço desafiador para que as crianças observem o mundo, fazem perguntas, tomam
consciência dos fenômenos naturais, estabelecem relações entre o que observam e
o que sabem das coisas observadas, garantindo a compreensão de conceitos e a
aprendizagem significativa. Em todas as situações, o grande enfoque da Educação
Infantil está no desenvolvimento de atitudes de valorização e preservação do
ambiente.
Matemática
A idéia de que Matemática é
um difícil segredo, reduzido a contas e fórmulas, provoca o distanciamento de
muitos alunos dessa ciência fundamental. Na Educação Infantil, as atividades
devem encorajar a exploração de uma variedade de idéias matemáticas relativas a
números, medidas e geometria, conservando o prazer e a curiosidade. Para isso,
devemos aproveitar situações cotidianas significativas, como jogos que envolvem
a contagem e operações aritméticas que possibilitem desenvolver o raciocínio
lógico.
Filosofia
Duas afirmações opostas podem
ser verdadeiras? As coisas são o que pensamos que são? Podemos pensar no que
não existe? Perguntas como essas acompanham os homens por toda a vida, desde a
primeira idade. A Educação Infantil é um momento especialmente favorável para
estimular o pensamento filosófico. Nas aulas, o objetivo é formar uma
comunidade investigativa, na qual os participantes expõem suas idéias,
escutam-se, questionam-se e comparam pontos de vista.
4.6 Proposta Pedagógica do Ensino
Fundamental
4.6.1
Alfabetização e Letramento – Anos Iniciais
Lingüisticamente, ler e escrever é
aprender a codificar e decodificar o código alfabético. Dizendo de forma mais
clara: alfabetização é a apropriação do código escrito, pois para aprender a
ler e escrever o aluno precisa relacionar sons com letras, para codificar ou
para decodificar, essa é a especificidade da alfabetização. Concretamente, na
sala de aula, alfabetizar significa que o agente veiculador do conhecimento,
didaticamente, ensinar o aluno a ler e escrever se apropriando das competências
da compreensão dos sinais.
Ninguém aprende a ler e
escrever sem aprender relações entre fonemas e grafemas, para codificar e
decodificar. Envolve, também, aprender a segurar num lápis, aprender que se
escreve de cima para baixo e da esquerda para direita; enfim envolve uma série
de aspectos técnicos. Isso é a parte específica do processo de aprender a ler e
a escrever.
Letramento ou cultura
letrada, conforme conceituamos no inicio, ratificamos pelo olhar de Soares como
sendo a condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce
as práticas sociais que usam a escrita (SOARES, 1998, p.47). Alfabetizar, na
perspectiva do letramento, ou alfabetizar-letrando é instrumentalizar os alunos
com o código alfabético para que estejam aptos ao seu uso. Ensinar o código
escrito na cultura centrado no letramento significa alfabetizar no “lugar certo”,
ou seja, através das práticas sociais, culturais, de leitura, oralidade e
escrita.
Segundo Soares, o
que mais propriamente se denomina letramento é a imersão do indivíduo na
cultura escrita, participação em experiências variadas com a leitura e a
escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos de gêneros de material
escrito (SOARES, 2003, p.l3). Para Leda Verdiani Tfouni, enquanto a
alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupos de
indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de
um sistema escrito por uma sociedade (TFOUNI, 2004, p. 20). Outros autores,
como Emília Ferreira, por exemplo, não usa os dois termos. Para ela, os
conceitos de alfabetização e letramento significam a mesma coisa, ou seja, um
conceito está inserido no outro.
No entanto, é
importante explicitar a indissociabilidade dos dois processos: alfabetizar, com
base no letramento, respeitando a especificidade do ensino e aprendizagem da
língua escrita sem dissociá-la do processo de letramento e a especificidade do
ensino e aprendizagem do letramento sem dissociá-lo da alfabetização.
O processo de
letramento ou cultura letrada não acontece de modo espontâneo, exige mediação
da professora e/ou da família proporcionando aos alunos, de forma constante e
significativa, a interação com as práticas sociais de leitura e escrita, isto
é, com a cultura escrita em especial a literatura Infantil.
Enfim, o aluno aprende a ler
lendo, a escrever escrevendo num ambiente alfabetizador “vivo” que permita ler
o mundo com sentido, função, sentimento, criação, tendo uma professora que
ensina de verdade, compreende a indissociabilidade e a especificidade da
alfabetização e do letramento e conduz o processo com atividades didáticas que
promovem de fato a aprendizagem. Uma vez identificadas as partes, faz-se
necessário relacioná-las à produção escrita no Ensino Fundamental.
Produção
Escrita e Letramento
Pelo exposto, é
perceptível que o alunado do Ensino Fundamental é alfabetizado, entretanto, não
tem o domínio adequado da escrita justamente pela carência da prática da
leitura, cuja finalidade é absorver o mundo ou ressignificá-lo, dando-lhe
participação ativa nas práticas sociais, O letramento favorece o estudante no
sentido de mergulhar nas entranhas do texto e assim fazer relações entre o
texto lido e o mundo presente.
Pouco se sabe no
domínio da escrita, porque pouco se sabe exercício efetivo de leitura. Por
isso, percebe-se que o alunado sofre por falta de idéias pela simples
constatação de que ele não adquiriu um nível de leitura que lhe permita tal
desenvoltura no processo de pensar e transmitir suas idéias no papel, na
escrita propriamente dita. A capacidade de articular as palavras sob forma de
expressar suas reflexões de forma coesa e coerente é instrumentalizada pela
capacidade de leitura não meramente decodificada de signos, mas provida do sentido
de associação à realidade contextual.
Portanto, é
importante entender que letramento e escrita são fenômenos indissociáveis e que
acontecem concomitantemente, e mais, que o labor da docência criativa deve ser
o de criar condições reais de leitura e escrita e uma política de
estímulo, com vistas à inclusão nas práticas que favoreçam a apropriação do
letramento sob a justificativa de que ele favorecerá o individuo no sentido
elevar seu nível de consciência crítica frente ao mundo em que vive, dando-lhe
possibilidade de participação na vida política, atributo inerente a todo
cidadão livre; e no bom desempenho na produção escrita, usufruindo com
segurança dos gêneros textuais, dando-lhe inserção nas práticas sociais
simples e complexas das esferas em que freqüenta.
4.6.2 Linguagens e suas Tecnologias:: Anos Finais
Língua
Portuguesa, Língua Inglesa e Artes. Carga Horária: 08 Aulas Semanais.
O
conjunto de concepções que sustenta a prática pedagógica, orientada pelo
Sociointeracionismo, propõe ações necessárias à aquisição de saberes e
habilidades na área das linguagens. A linguagem concebida como interação é o
meio mais eficiente do ser humano participar efetivamente do seu contexto
social, histórico e cultural. Toda interação se dá por meio de uma
interlocução, portanto, a linguagem só pode ser observada no seu caráter
dialógico. Assim, é na consciência da presença do outro e na construção dos
significados que a linguagem adquire seu real valor.
A Língua Estrangeira, assim como a Língua
Portuguesa, possui o mesmo percurso de aprendizagem tendo em vista o processo
sociointeracional, exceto apenas por ser a segunda língua. Sua importância
reside na constituição de uma sociedade global, na qual conhecer outros códigos
lingüísticos, além da de seu país, é quase uma questão de sobrevivência.
Logo o conhecimento de uma língua
estrangeira pode ajudar no conhecimento da língua materna pela comparação em
vários níveis, além de possibilitar o desenvolvimento discursivo do aluno,
trabalhando as diversidades culturais e discutindo o preconceito racial,
lingüístico, cultural, entre outros. Sob essa perspectiva, aprender e ensinar é
considerar o outro como parte integrante do processo.
Com
o conhecimento da arte, o educando pode estabelecer relações mais amplas,
quando estudada em determinado assunto histórico, possui mais habilidade em
construir um texto, resolver problemas matemáticos utilizando-se de estratégias
pessoais, é capaz de perceber sua realidade cotidiana mais vivamente,
reconhecendo objetos e formas que estão à sua volta. A arte solicita a visão, a
escuta e os demais sentidos como portas de entrada para uma compreensão mais
significativa das questões sociais, porque ensinar arte com arte e ética é o
caminho mais eficaz.
A arte é um modo privilegiado de
conhecimento e aproximação entre indivíduos de culturas distintas. Nessa
perspectiva, tem uma função importante a cumprir: situar o fazer artístico como
fato e necessidade de humanizar o homem histórico. A educação em arte propicia
o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que
caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o
aluno desenvolve a sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar
formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas
por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas.
Para tanto, os conteúdos da área das
Linguagens devem ser ensinados por meio de situações e/ou propostas que
alcancem os modos de aprender do aluno e garantam a participação de cada um
dentro da sala de aula. Cabe ao professor escolher os modos e recursos
didáticos adequados para a construção do conhecimento. Cabe também à escola
orientar seu trabalho com o objetivo de preservar e impulsionar a dinâmica do
desenvolvimento e da aprendizagem, preservando a autonomia do aluno e
favorecendo o contato sistemático com os conteúdos, temas e atividades que
melhor garantirão seu progresso e integração como estudante. Dessa maneira, a formação
por ciclos de formação humana concretiza-se, quando concebe a educação em sua
totalidade.
O domínio da língua oral é fundamental para
a participação social efetiva, pois, é por meio dela que o homem se comunica,
tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou
constrói visões de mundo e produz conhecimento. Assim, um projeto educativo
comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e
a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes
lingüísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de
todos.
Essa responsabilidade é tanto maior quanto
menor for o grau de letramento das comunidades em que vivem os alunos.
Considerando os diferentes níveis de conhecimento prévio, as diferentes fases e
ciclos, cabe à escola promover a sua ampliação de forma que, progressivamente,
durante o Ensino Fundamental em três ciclos de formação humana, cada aluno se
torne capaz de interpretar diferentes gêneros discursivos que circulam
socialmente, de assumir a palavra e, como cidadão, de produzir textos eficazes
nas diferentes situações, conhecendo e sabendo usar corretamente as variantes
lingüísticas.
O
inglês tornou-se um dos principais veículos de comunicação nos meios diplomáticos,
no comércio mundial, nas competições esportivas, no turismo, nos congressos
sobre ciências, tecnologia, artes, entre outras. Desse modo, falar uma ou mais
línguas, possibilita o acesso a bens culturais da humanidade construídos em
outras partes do mundo. Por isso, é de suma importância o aluno conhecer a
língua inglesa para não se sentir isolado no mundo globalizado.
O ensino de Linguagens deverá então,
centrar-se em três eixos básicos: leitura e compreensão, produção de textos
verbais e não-verbais e análise lingüística.
Prática
de Leitura – Vale salientar que a concepção de leitura nesta proposta não
se limita a mera decodificação da escrita, uma vez que o leitor não é um
sujeito passivo e o ato de ler implica uma relação de diálogo do leitor com o
texto, acreditando ou questionando o que ele lhe diz.
A leitura é um dos meios mais eficazes de
desenvolvimento da linguagem e da personalidade. Ela nada mais é que um ato de
compreensão do mundo, da realidade que nos cerca e em meio à qual vivemos.
Ler é compreender as diversas mensagens
existentes no ambiente em que se vive. Dessa forma, os textos têm diferentes
significados, pois cada leitor tem uma visão de mundo.
Para que a leitura possa ocupar seu espaço
naturalmente na escola é necessário fazer acontecer essa relação de diálogo
entre aluno e texto. O trabalho com a leitura proporciona ao aluno a chance de
entrar em contato com uma diversidade de textos interessantes, de variados
gêneros, com objetivo de formar leitores competentes e de despertar o gosto
pela leitura e pela pesquisa. Este é o
momento do aluno se responsabilizar pelo seu processo de aprendizagem.
Prática
de produção de texto - Para que a produção de texto fuja do artificialismo
da escola é necessário seguir as características que definem o sentido de
escrever, ou seja, escrever para alguém, sobre algo, com alguma finalidade,
pois a modalidade escrita da linguagem é a busca da comunicação à distância na
acepção do tempo e do espaço. Ao tomar consciência de que há diferenças entre a
produção oral e a escrita, o aluno usará os recursos pertinentes a cada uma
delas.
É importante, ainda, recuperar na produção
de texto, atividades individuais e coletivas sempre relacionadas ao contexto,
com interpretação de acordo com sua visão de mundo. A atividade de escrever é
uma continuidade do ato de ler, pois é um processo de construção e reconstrução
de sentido em relação ao que se vê, ao que se ouve, sente ou pensa. Portanto, quanto mais experiência de leitura
o aluno tiver, mais fácil será o processo de produção textual.
Prática de análise lingüística – a
prática de análise lingüística visa trabalhar os aspectos estruturais que são
os obstáculos mais freqüentes que interferem no uso da modalidade escrita da
língua culta.
O texto produzido pelo aluno é o ponto de
partida para o domínio da língua padrão, uma vez que sua realidade lingüística
nos leva a isso, estando a gramática sempre a serviço do texto, permitindo que
o aluno reconheça os operadores lingüísticos responsáveis pelos encadeamentos,
pelas retomadas e seqüências de idéias e aprenda a utilizá-los.
Para o aluno discernir dúvidas contidas em
seu próprio texto serão úteis os subsídios e não o estudo inesgotável de
regras, partindo das dificuldades concretas que passam do individual para o
coletivo. Assim, a reescrita do texto é de suma importância para tratar dos
aspectos referentes às estruturas textuais, aos aspectos ortográficos, aos
aspectos funcionais da utilização da língua, aos efeitos de sentido produzido
pelo uso dos recursos semânticos, morfossintáticos e estilísticos de forma
integrada e simultânea.
Além
dos aspectos gerais de relevância e os aspectos específicos, levar em
consideração a tipologia textual que está sendo reestruturado.
Se assim procedermos certamente estaremos
praticando as variedades lingüísticas que nos levarão a aquisição da variedade
padrão de forma mais dinâmica do que a simples mecanização de exercícios. Dar
oportunidade ao aluno de se ver como sujeito ativo neste processo de forma que,
ao decorrer dos três ciclos de formação humana, ele deverá ser capaz de:
Expandir
o uso da linguagem em instâncias privadas e utilizá-las com eficácia em
instâncias públicas, sabendo assumir a palavra e produzir textos – tanto orais
como escritos – coerentes, coesos, adequados a seus destinatários, aos
objetivos a que se propõem e aos assuntos tratados;
Utilizar
diferentes registros, inclusive os mais formais da variedade lingüística
valorizada socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa
de que participam;
Conhecer
e respeitar as diferentes variedades lingüísticas do português falado;
Compreender
os textos orais e escritos com os quais se defrontam em diferentes situações de
participação social, interpretando-os corretamente e inferindo as intenções de
quem os produz;
Valorizar a leitura como fonte de informação,
via de acesso aos mundos criados pela literatura e possibilidade de fruição
estética, sendo capazes de recorrer aos materiais escritos em função de
diferentes objetivos;
Utilizar
a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo como proceder para ter
acesso, compreender e fazer uso de informações contidas nos textos: identificar
aspectos relevantes; organizar notas; elaborar roteiros; compor textos
coerentes a partir de trechos oriundos de diferentes fontes; fazer resumos,
índices, esquemas, etc.;
Valer-se da linguagem para melhorar a
qualidade de suas relações pessoais, sendo capazes de expressar seus
sentimentos, experiências, idéias e opiniões, bem como de acolher, interpretar
e considerar os dos outros, contrapondo-os quando necessário;
Usar
conhecimentos adquiridos por meio de prática de reflexão sobre a língua para
expandirem as possibilidades de uso da linguagem e a capacidade de análise
crítica;
Conhecer e analisar criticamente os usos da
língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou
etnia.
O
ensino da língua inglesa, para facilitar seu aprendizado, o professor deve
ter a preocupação de trabalhar textos que abordam assuntos variados, bem
ilustrados com fotos e desenhos, apresentando uma gramática bem dosada, se
propondo a ensinar o essencial, adequando os conteúdos ao nível da classe e ao
tempo, conduzindo gradativamente ao aprendizado e conduzindo o educando a:
Empregar
as estruturas aprendidas de modo correto, aplicando-as em diversos contextos e
sendo capaz de ampliá-las de forma criativa;
Participar
de diálogos simples, envolvendo as estruturas e o vocabulário conhecido;
Compreender
o sentido da linguagem utilizada em situações de experiências ou em textos
simples;
Compreender
a relevância do conhecimento dessa língua como instrumento de comunicação que
lhe possibilita desenvolver-se cultural e profissionalmente;
Ter uma visão crítica da língua como instrumento
vivo em constante transformação e que ele deve incorporá-la ao seu dia-a-dia de
forma dinâmica e envolvente;
Perceber
que as culturas dos países de língua inglesa são constantemente comparadas à
brasileira, possibilitando-lhe, através de uma análise direta, uma visão
crítica do mundo em que vivemos;
Conceber
a prática de leitura em inglês, de diferentes gêneros de textos, enquanto fator
que implica na relação de diálogo do leitor com o texto, na produção oral e
escrita, no saber usar os recursos pertinentes a cada uma delas e na prática de
análise lingüística, observar os aspectos que interferem no uso da modalidade
da língua culta.
O ensino de Arte deverá organizar-se de
modo que os educandos desenvolvam as habilidades de:
Expressar
e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou
coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a
reflexão ao realizar e fruir produções artísticas;
Interagir
com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (artes visuais,
dança, música, teatro, artes plásticas), experimentando-os e conhecendo-os de
modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais;
Edificar
uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento
estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no percurso de
criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções;
Compreender
e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas diversas
culturas, conhecendo respeitando e podendo observar as produções presentes no
entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural,
identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos.
4.6.3
Educação Física
Carga Horária: 02
Aulas Semanais
A Educação Física é uma disciplina que
proporciona ao educando conhecer e compreender o corpo humano como um organismo
integrado que interage com o meio físico e cultural, que sente dor, prazer,
alegria, medo, etc.
Dessa forma, propiciar ao aluno os
conhecimentos práticos e conceituais, adquirindo autonomia, espírito
participativo, alegre, cooperativo, leal, justo e democrático deve ser o
empenho de toda instituição educativa.
Para tanto, torna-se necessário desenvolver
no aluno os conhecimentos e habilidades necessárias:
Conhecimentos
anatômicos – referindo-se à estrutura muscular e óssea e sua relação com
movimentos, posições em situações de movimento e relaxamento.
Conhecimentos
fisiológicos - relacionados às alterações que ocorrem durante as atividades
físicas como: freqüência cardíaca, queima de calorias, perda de água e sais
minerais (suor).
Necessitando o aluno:
Conhecer
e adequar os hábitos posturais, atitudes corporais em diferentes atividades.
Observar
habilidades motoras em jogos, danças, lutas, etc.
Ter a
consciência do próprio corpo: da respiração, perceber a tensão e o relaxamento
dos músculos, sentir os ossos, as articulações, a coluna vertebral.
Conhecer
alguns dos múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a
respeito do corpo e do movimento com a finalidade de lazer, expressão de
sentimentos, afetos e emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação e
manutenção da saúde.
Reconhecer
o vasto patrimônio cultural como diferentes manifestações: jogo, esporte,
dança, ginástica, lutas (seus benefícios fisiológicos e psicológicos, mais
possibilidades de utilização como instrumentos de comunicação, expressão, lazer
e cultura, devendo ainda ser conhecidas, valorizadas, compartilhadas enquanto
atividades sócio-culturais).
Conhecer,
discutir regras e estratégias, apreciar criticamente, analisar esteticamente,
avaliar eticamente, ressignificar e recriar as manifestações já elaboradas.
Participar
de práticas da cultura corporal – aliando esta ao pleno exercício da cidadania.
Ampliar
o desenvolvimento da autonomia, da cooperação e participação social e da
afirmação de valores e princípios democráticos.
Posicionar-se
adotando uma postura não consumista.
Habilidades:
Vivenciar
diferentes práticas advindas das mais diversas manifestações culturais
presentes na vida cotidiana (posicionando-se e adotando posturas não
preconceituosas e nem discriminatórias).
Traçar
metas, conhecer e ampliar suas potencialidades, bem como respeitar suas
limitações.
Participar
com desportividade de diferentes jogos e atividades sejam elas de caráter
cooperativo, recreativo ou competitivo.
Distinguir/reconhecer
situações, posturas e ações prejudiciais à saúde (fumo álcool, drogas).
Participar
de atividades lúdicas sem caráter utilitário (contribuem para o bem estar coletivo).
Adoção
e defesa de hábitos saudáveis.
Reconhecer
que o lazer e a disponibilidade de espaço para atividades lúdicas e esportivas
são necessidades básicas, por isso é direito do cidadão.
Evidenciar
conhecimento sobre o corpo, seu processo de crescimento e desenvolvimento –
resultados de práticas corporais e adoção de hábitos de alimentação, de
higiene, de práticas físicas e posturais adequadas.
Formar
hábitos de autocuidados, de construção de relações interpessoais
enriquecedoras.
Interagir
com os adversários (nos jogos, disputas) expressando respeito, participando de
forma não violenta e leal, desenvolvendo a capacidade de julgar com justiça.
Valorizar
o trabalho em equipe, a solidariedade e a dignidade.
Viver
papéis de participante e de espectador.
Saber
utilizar o espaço de forma estratégica e articulada.
Construir
um repertório amplo de movimentos (correr, arremessar, pular).
Desenvolver
habilidades motoras e capacidades físicas em situações contextualizadas e
significativas.
Superar
as limitações buscando vencer novos desafios.
4.6.4
Ciências Humanas e Sociais e suas Tecnologias:
História,
Geografia e Ensino Religioso – Carga Horária: 06 Aulas Semanais
Em meio as atuais e aceleradas mudanças em
todas as áreas e também das Ciências Humanas e Sociais, não é mais possível
conceber a escola apenas como transmissora de conhecimentos, mas sim como um
espaço plural de construção coletiva de saberes. Neste espaço de prática
social, discentes e docentes, através da interlocução dialógica, que valoriza,
ouve e reflete sobre as experiências, passam a compreender e a tecer sua parte
na trama social.
Uma proposta inovadora que concebe o
educando como parte integrante do processo, perpassa todo seu trabalho
pedagógico pela reflexão e planejamento real com os valores atuais e a
realidade social com as experiências sociais do passado para melhor entender o
presente; proporciona oportunidades para que o aluno estabeleça relações entre
elementos da realidade, buscando compreender a complexidade e a dinâmica da
vida em sociedade. O
importante é a vivência de cada um, a compreensão que se tem de grupos:
família, escola, instituição, bairro, cidade, ou seja, o espaço que se ocupa e
o tempo que se vive.
Quanto à construção da noção do espaço é
imprescindível a observação, a localização, a orientação e a projeção da
apreensão espacial para dimensões mais amplas. Perceber o espaço enquanto
resultado da construção de uma sociedade num determinado momento histórico. Ver
a produção do espaço como manifestação da realidade nos seus diversos elementos
físicos e humanos, nas suas relações, muitas vezes contraditórias e sempre
resultados das dinâmicas sociais. Quanto à construção da noção do tempo, é
importante entender o tempo histórico e social produzido pela sociedade humana
na dinâmica das relações sociais em diferentes épocas.
A
religião propicia ao educando um posicionamento consciente e responsável de
promover a vida, sendo sujeito do seu próprio processo espiritual, de forma a
contribuir para mudanças das estruturas injustas, discriminatórias e causadoras
das desigualdades. Dentro do espírito da nova LDB 9394/96, o Ensino Religioso
não deve caracterizar-se em dar catequese na escola pública, mas realizar um
ensino amplo de valorização da diversidade religiosa que retrata a diversidade
de crenças da população estudantil. Não é função de a escola pública educar a
fé em determinadas crenças e, nem fazer proselitismo, isto é, propaganda de uma
ou outra confissão religiosa, de missão religiosa.
Deve, entretanto, formar o homem
integralmente nos seus aspectos cognitivo, social, físico e afetivo e imbuí-lo
de valores humanizadores. Nesse sentido, volta-se a ênfase de valores
universais como o amor, a paz, o respeito mútuo, a solidariedade que
contribuirá assim, na formação de valores sociais, morais e éticos dos
educandos, buscando sua integração como sujeitos conscientes e participativos
de uma sociedade pluralista, e democrática.
O
ensino das Ciências Humanas e Sociais motivador e desafiante, cuja aprendizagem
está inserida na realidade, exige saberes criativos, interdisciplinares e
dinâmicos, os quais contribuem para formação de agentes históricos, engajados
num projeto de transformação da sociedade. Estudar o espaço geográfico é
compreender como diferentes sociedades interagem com a natureza na construção
de seu espaço; é capacitar os alunos para leitura de paisagens, recorrendo a
diferentes linguagens na busca de informações e como forma de expressar suas
interpretações, hipóteses e conceitos.
O
saber histórico escolar é uma possibilidade para o professor refletir que tipo
de formação assegurar aos educandos. A partir daí elaborar uma proposta que
permite o acesso ao conhecimento histórico numa relação ativa e dialética entre
o geral e o particular, o próximo e o distante, o novo e o velho, o passado e o
presente. Um ensino que envolve relações e compromissos com o conhecimento
histórico, de caráter científico, com reflexões que se processam no nível
pedagógico e com a construção de uma identidade social pelo estudante, relacionada
às complexidades inerentes à realidade com que convive. É um processo de ensino
aprendizagem que envolve uma distinção básica entre o saber histórico, como um
campo de pesquisa e produção de conhecimento do domínio de especialistas, e o
saber histórico escolar como conhecimento produzido no espaço escolar.
Conta-se para isso, com caminhos,
procedimentos alternativos para o trabalho no ensino onde cabe a cada educador
o papel de possibilitar, orientar, ensinar, sinalizar, provocar questionamentos
coletivos, instigar o estabelecimento de relações entre os dados obtidos nas
pesquisas e os conhecimentos prévios dos alunos, sendo necessário pensar o
ensino enquanto processo permanente de investigações e descobertas individuais
e coletivas.
Dessa forma, os planejamentos precisam
acompanhar as necessidades e o ritmo das turmas, flexibilizando as
metodologias, o programa, o currículo, os tempos escolares, bem como as
necessidades sociais atuais. Deve-se ainda, tomar especial cuidado no que se
refere à construção de conceito (tempo, espaço, história, fato), uma vez que
construir conceitos é atribuir significado às informações, produzir e articular
relações entre o conhecer da ação, do sujeito cognoscentes na elaboração de
interpretação acerca de parcelas da realidade, permeando o contexto atual.
Outro aspecto relevante e que merece
especial atenção refere-se às características etárias e os diferentes níveis em
que se encontram os educandos, variando-se a complexidade e a abrangência dos
temas estudados. No que concerne às dificuldades e progressividade da apreensão
de conceitos, há de se buscar apoio na arte, nos meios de comunicação, no
lúdico, etc.
Nesta perspectiva, a proposta para o ensino
das Ciências Humanas e Sociais deve procurar fornecer o desenvolvimento das
capacidades de diferenciação e identificação, com a finalidade de apresentar as
mudanças, as diferenças e as semelhanças das vivências coletivas e as
permanências de costumes e relações sociais, sem fazer qualquer julgamento a
grupos sociais.
Diante disto, é extremamente importante
elencar os eixos organizadores considerados importantes para o ensino das
Ciências Humanas e Sociais:
I –
Noções de espaço e tempo (na família, na escola, na comunidade, no município) –
representação do espaço (mapas, globos etc.)
II –
Entender a História como produto da ação de homens e mulheres.
III –
Elementos Naturais (hidrografia, relevo, clima, vegetação, recursos naturais).
IV –
Entender a História como processo.
V –
Interdependência entre os elementos do ambiente (zona rural/urbana - história e
geografia-sócio-cultural e política).
VI –
Entender a História como ciência em construção.
Diante desses pressupostos espera-se que ao
longo dos três Ciclos de Formação Humana do ensino fundamental, os alunos
gradativamente possam ler e compreender sua realidade, posicionar-se, fazer
escolhas e agir criteriosamente, construindo habilidades para:
Identificar
o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e
espaços;
Organizar
alguns repertórios histórico-culturais que lhes permitam localizar
acontecimentos numa multiplicidade de tempo, de modo a formular explicações
para algumas questões do presente e do passado;
Conhecer
e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e
espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais,
reconhecendo semelhanças e diferenças entre elas;
Reconhecer
mudanças e permanências nas vivências humanas, presentes na sua realidade em
outras comunidades, próximas ou distantes no tempo e no espaço;
Questionar
sua realidade, identificando alguns de seus problemas refletindo sobre algumas
de suas possíveis soluções, reconhecendo formas de atuação política
institucionais e organizações da sociedade civil;
Utilizar
métodos de pesquisa e de produção de textos de conteúdo histórico, aprendendo a
ler diferentes registros escritos, iconográficos, sonoros; para compreender
também o espaço, a paisagem, o território e o lugar, seus processos de
construção, identificando suas relações, problemas e contradições;
4.6.5
Ciências Exatas e Naturais e suas Tecnologias:
Matemática e Ciências – Carga Horária: 06
Aulas Semanais
A inclusão das disciplinas da área
justifica-se pela relevância pedagógica e a contribuição para o desenvolvimento
das capacidades mentais mediante às aproximações sucessivas na apreensão e
interpretação da realidade. A complexidade das relações que se estabelecem no
mundo atual decorre, em grande parte, do modo científico e lógico matemático
adotado nas mais variadas formas de intervir e transformar a natureza. Em todos
os lugares do mundo, independente de raças, credos, ou sistemas políticos,
desde os primeiros anos de escolaridade, a matemática faz parte dos currículos
escolares, ao lado da Linguagem Natural, como uma disciplina básica.
A matemática é uma atividade humana
resultante das suas necessidades consoantes aos problemas apresentados no
dia-a-dia. Por ser a mais antiga das ciências, já caminhou muito, sofrendo
inúmeras rupturas e reformas para adaptá-la às necessidades reais de cada
época.
A vitalidade da matemática deve-se ao fato de
que, apesar do seu caráter abstrato, seus conceitos e resultados têm origem no
mundo real e encontram muitas aplicações em outras ciências como: Ciência
Política, Física, Química e Astronomia. Em outras áreas do conhecimento:
Sociologia, Psicologia Antropologia, Medicina, Economia Política, História,
Geografia etc., e inúmeros aspectos práticos da vida diária: na indústria, no
comércio e na área tecnológica.
O estudo das ciências possibilita o homem
formular leis, compreender os fenômenos da natureza e utilizar-se dos recursos
naturais, tentando perceber a sua interação com o ambiente.
Numa
sociedade em que se convive com a supervalorização do conhecimento científico e
com a crescente intervenção da tecnologia no dia-a-dia, não é possível pensar
na formação de um cidadão crítico à margem do saber científico. Contudo, para
pensar sobre o currículo e sobre o ensino de Ciências Naturais o conhecimento
científico é fundamental, mas não suficiente.
Percebe-se
logo, a importância de reconhecermos que nenhum campo do conhecimento sozinho é
capaz de explicar ou de compreender as múltiplas e complexas relações que
constituem a realidade. Trata-se, portanto, de organizar atividades interessantes
que permitam a exploração e a sistematização de conhecimentos compatíveis ao
nível do desenvolvimento intelectual dos estudantes, em diferentes momentos do
desenvolvimento, sendo possível enfatizar as relações no âmbito da vida, do
universo, do ambiente e dos equipamentos tecnológicos que poderão melhor situar
o estudante em seu mundo.
Transforma-se por fim na ciência que estuda
todas as possíveis relações e interdependências, comportando vasto campo de
teorias, modelos e procedimentos de análise, metodologias próprias de pesquisa,
formas de coletar e interpretar dados.
Dessa forma, o conhecimento matemático deve
ser fruto de um processo que fazem parte: a imaginação, os contra-exemplos, as
conjecturas, as críticas, os erros e os acertos, desenvolvendo-se desse modo,
mediante um processo conflitivo entre muitos elementos contrastantes: o
concreto e o abstrato, o particular e o geral, o formal e o informal, o finito
e o infinito, o discreto e o contínuo.
Deste modo, nos primeiros ciclos, por meio de
diferentes atividades, os estudantes conhecem fenômenos, processo, explicações
e nomes, resolvendo situações-problemas e organizando várias relações. Uma
aprendizagem, muitas vezes lúdica, marcada pela interação direta com os
fenômenos, os fatos e dados. Poderão
também construir noções científicas com uma menor complexidade e abrangência,
ampliando suas primeiras experiências, conforme seu desenvolvimento permite. No
3º ciclo, conforme as aquisições anteriores, os estudantes poderão trabalhar e
sistematizar idéias científicas estruturadas.
Assim, ensinar e aprender Ciências e
Matemática envolvem ações intencionais dos sujeitos, objetivando apreender e
compreender os conhecimentos produzidos pela humanidade numa construção
histórica e social. Esta apropriação envolve observar, formular hipóteses,
investigar, validar hipóteses, raciocinar claramente e comunicar efetivamente
idéias reconhecendo suas aplicações e generalizar.
A organização da proposta de trabalho para a
área deverá centrar-se nos quatro eixos básicos: sistema de numeração;
grandezas e unidades de medidas; estatística e geometria, englobando a
construção progressiva de conceitos, procedimentos, valores e atitudes, sendo
adequadas aos diferentes níveis, em que os alunos desenvolvam as seguintes
capacidades:
Estabelecer
relações entre os conteúdos matemáticos e o cotidiano, a partir dos
conhecimentos já construídos, buscando melhoria da qualidade de vida para si e
para a sociedade;
Ampliar
e desenvolver capacidade para resolver situações problema;
Compreender
o conceito do número mediante diferentes usos no contexto social, explorando
situações-problema que envolva contagens, medidas e códigos numéricos;
Investigar,
explorar, interpretar e comunicar suas hipóteses, conclusões, em diferentes
níveis, apoiando-se/estabelecendo relações de posição entre objetos no espaço,
interpretar e fornecer instruções, usando terminologia adequada;
Identificar
e usar-se de tabelas, gráficos e estimativas, compreendendo-os como linguagens
que permitem a leitura e interpretação de informações variadas e construindo
formas pessoais de registro na comunicação e informações coletadas;
Resolver
operações com números naturais, por meio de estratégias pessoais e do uso de
técnicas operatórias convencionais, com compreensão dos processos nelas
envolvidos;
Tomar
decisão sobre a adequação do uso do cálculo mental – exato ou aproximado – ou
da técnica operatória, em função do problema, dos números e das operações
envolvidas;
Apresentar
predisposição para alterar a estratégia prevista para resolver uma
situação-problema quando o resultado não for satisfatório;
Ampliar
e consolidar os significados dos números racionais e irracionais a partir dos
diferentes usos em contextos sociais e matemáticos;
Resolver
cálculos matemáticos em diferentes situações fazendo uso dos recursos
tecnológicos.
Diferenciar
caracterizando de forma ampla, seres vivos (locomoção, reprodução, alimentação)
de não vivos;
Adotar
hábitos que favoreçam seu desenvolvimento saudável em relação ao corpo
(alimentação, repouso, laser, trabalho, postura, relações sociais) ao ambiente
em que vive (casa, escola, bairro, município, etc.);
Caracterizar
transformações que ocorrem em suas vidas, corpos, entorno e ambiente
(vegetação, erosão/solo, urbanização/poluição, agricultura, turismo ecológico,
etc.);
Identificar
a ocorrência de desequilíbrio analisando criticamente alguns efeitos (recursos
naturais e tecnológicos);
Perceber
a ação humana e natural sobre o ambiente melhorando ou piorando as condições de
vida;
Reconhecer
as limitações dos recursos participando da melhoria da qualidade de vida
evitando consumismo e o desperdício;
Perceber
e analisar a interdependência entre os seres vivos e não vivos, entre os
ambientes, destacando a grande riqueza da diversidade;
Identificar
diferenciação entre ambiente natural e construído/cultural;
Identificar
caracterizando algumas funções rítmicas da natureza (nos vegetais - a
frutificação, nos seres vivos - o ciclo vital, no ambiente – movimento dos astros,
planetas estrelas e outros resultando nas estações das chuvas e das secas, no
dia e na noite), ciclos geográficos;
Saber
utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria,
transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;
Formular
questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de
elementos das Ciências Naturais, colocando em prática, conceitos, procedimentos
e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;
Identificar
relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de
vida, no mundo de hoje em sua evolução histórica, e compreender a tecnologia
como meio para suprir as necessidades humanas, sabendo elaborar juízo sobre
riscos e benefícios das práticas científico-tecnológicas;
Saber
combinar leituras, observações, experimentações e registros para coletas,
comparação entre explicações, organização, comunicação e discussão de fatos e
informações;
Valorizar
o trabalho em grupo sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção
coletiva do conhecimento.
4.6.6
Proposta Pedagógica da EJA
O
programa iniciado em 1997 (suplência) pela Rede Municipal de Ensino,
representou um esforço inicial de um processo contínuo para a elevação do nível
educacional da população trabalhadora.
A
Educação de Jovens e Adultos representa, ainda, uma proposta educacional que
supera o modelo escolar convencional, voltando-se para a formação geral e
básica do trabalhador jovem e adulto, preparando-o enquanto cidadão, para ser
mais consciente, capaz de integrar-se em novas situações, tomar decisões,
interpretar informações e comunicar-se de forma oral e escrita.
Para
facilitar o acesso e a permanência do aluno em atividades educativas, a
educação de jovens e adultos será desenvolvida de forma presencial,
possibilitando ao trabalhador a sua escolarização e continuidade dos estudos,
sem precisar evadir-se por causa da dura jornada entre trabalho e estudos.
O
currículo ofertado será elaborado mediante a organização de conteúdos que
contemplem as necessidades do meio, estruturados de forma modular e aplicados
através de atividades diferenciadas respeitando as individualidades de cada
aluno e promovendo neste o prazer pelo aprender.
Para
que esse objetivo seja de fato alcançado é necessário contar também com um
profissional eficiente apontado pela pessoa de um coordenador pedagógico que
deverá acompanhar e monitorar o processo ensino aprendizagem, oferecendo
materiais instrucionais de apoio à docência, materiais didáticos para o aluno,
equipamentos e instalações.
Para
o ano de 2010, pretendemos oferecer a Educação de Jovens e Adultos na forma
presencial de maneira que os alunos possam ter freqüência de 75%, freqüentando
as aulas de segunda a sexta-feira das 18:30 às 21:30 horas, e terá disponível
uma hora para atividades diferenciadas, como pesquisa onde será orientado na
biblioteca pelo professor com prática na Educação de Jovens e Adultos.
Os
professores terão uma jornada de 30 horas semanal, sendo que 20 horas serão
para atender os alunos em sala de aula e 10 horas para planejamento, apoio
pedagógico e formação continuada.
Para o cumprimento da proposta, a escola
organizará a seguinte estruturação pedagógica:
· Objetivos Gerais:
Propiciar a universalização do Ensino Fundamental
à comunidade que não teve acesso à escolarização na idade própria,, promovendo
uma política de desenvolvimento humano, social, político, cultural e ético;
Criar condições para que o aluno possa aprender em
níveis crescentes e se apropriar do mundo do fazer, do conhecer, do agir e do
conviver.
· Objetivos Específicos do Curso:
ü Englobar os conhecimentos e habilidades a serem
adquiridas pelos alunos de forma nterdisciplinar, visando à interação entre as
diversas áreas de conhecimento.
ü Garantir o ensino de boa qualidade, combatendo o
analfabetismo e aumentando o nível de escolaridade de jovens e adultos,
aproveitando o potencial e conhecimentos trazidos da experiência de vida de
cada um.
ü Oferecer aos professores desta modalidade de
ensino, subsídios práticos e teóricos que auxiliam sua prática pedagógica.
ü Viabilizar cursos de formação continuada a todos
os professores nas diversas áreas do ensino.
5.
Metodologia
Educar para o futuro, possibilitando ao
educando enfrentar novas situações, significa criar condições para que ele não
só aprenda a conhecer, mas também aprenda a fazer, a ser e a ver junto. Por
isso, a metodologia desenvolvida nas áreas de conhecimento deverá estar
centrada no pensar, sentir, trocar e fazer de modo criativo, significativo e
prazeroso, através dos projetos desenvolvidos pela escola, pressupondo:
-
uma escola atrelada a ações pedagógicas, pautada na construção do conhecimento,
engajada na realidade e que não ignore a história, a política e a cultura dos
agentes do processo educativo (discentes e docentes), concebendo-as como
conteúdos de aprendizagem;
-
uma relação dialógica em que o educando, em conjunto com o professor e seus
colegas, exerça a prática de refletir com o objetivo de construir coletivamente
o conhecimento;
-
a necessidade de considerar as multiplicidades de visões, analisando a sua
lógica, as suas determinações, a coerência de suas idéias considerando o
contexto em que se insere, partindo do princípio de que ninguém é “dono da
verdade”;
-
a valorização de práticas interdisciplinares, já que o conhecimento produzido
em qualquer área, por mais amplo que seja, representa, apenas de modo parcial e
limitado de ver a realidade;
-
um enfoque indutivo em que a sistematização dos conceitos vem em segundo
plano. Isso exige que o educador
contenha sua ansiedade de passar determinado conteúdo, permitindo que o
educando o construa;
-
o desenvolvimento da “pedagogia do porquê”, uma postura questionadora que exige
do educador dar significado a um objeto de conhecimento para que o aluno se
interesse, a fim de entender o seu valor e articulá-lo com outros saberes;
lançar desafios aos alunos e exigindo deles maior empenho e dedicação às
resoluções dos problemas levantados, não permitindo que eles se limitem a dar respostas baseadas apenas no
senso comum; incentivar o educando a buscar as respostas para os “porquês” e
“para que”;
-
o desenvolvimento da “Pedagogia do Afeto” que consiste em contribuir para
elevar a auto-estima dos educandos; resgatar a alegria de aprender por meio de
atividades significativas, criando brincadeiras, promovendo jogos, contribuindo
para o desenvolvimento da expressão artística, corporal, musical, promovendo a
reflexão sobre os valores humanos, comportamentos éticos, formação do caráter a
partir de situações concretas, experiências vividas dentro e fora da sala de
aula. Planejar situações de interação que promovam a expressão de sentimentos;
promover a criação e garantir a permanência de um ambiente acolhedor, onde os
educandos possam se expressar sem receio de serem discriminados;
-
a valorização da boa interação professor-aluno capaz de estimular o educando a
buscar informações, a fazer pesquisas, a refletir, a expor suas idéias e
emoções, promovendo, assim, a construção de relações significativas entre o que
o educando sabe e o novo objeto de conhecimento, entre a realidade em que vive
e outras formas de viver e dar sentido ao ato de “estar no mundo”.
6.
Recursos
Na
busca da qualidade de ensino, a Escola Padre Dionísio Kuduavizcz dispõe de
vários recursos que enriquecem o processo educativo aqui desenvolvido. Busca-se
atingir os objetivos propostos através das seguintes atividades:
Incentivo
à leitura, através da realização de projetos, de trabalhos na sala de leitura,
Projeto Arte e em sala de aula.
Utilização
do laboratório de informática.
Confecções
de murais.
Seminários.
Festas.
Músicas.
Poesias.
Palestras.
Debates.
Filmes.
Peças
de teatro.
Dança.
Jogos.
Artesanato.
Exposições.
Gincanas.
Pesquisas.
Excursões
didática, culturais e de entretenimento.
Incentivo
ao esporte, com formação de equipes.
7. Normas
Orientações e Normas Disciplinares Pedagógicas
A
observância dessas orientações e normas deve ser ponto de referência para os
alunos, famílias, funcionários e todos os profissionais da educação da Escola
Padre Dionísio.
1. HORÁRIOS
Turno da manhã:
(ASD)
Auxiliares de Serviços Diversos: das 6:00 às 12:00 horas.
Secretário Escolar: das 6:00 às 12:00 horas
(segunda, quarta e sexta-feira)
Corpo
Docente: das 6:50 às 11:00 horas.
Corpo
Discente: das 6:50 às 11:00 horas.
Estagiária
Auxiliar da Sala de Leitura: das 6:50 às 11:00 horas.
Turno da tarde:
(ASD)
Auxiliares de Serviços Diversos: das 12:00 às 18:00 horas.
Secretário
Escolar: das 12:00 às 18:00 horas (terça
e quinta-feira)
Corpo
Docente: das 12:50 às 17:00 horas.
Corpo
Discente: das 12:50 às 17:00 horas.
Estagiária Auxiliar da Sala
de Leitura: das 12:50 às 17:00 horas (segunda-feira)
Turno Intermediário:
(ASD)
auxiliares de Serviços Diversos: das 9:00 às 15:00 horas.
das
10:30 às 16.30 horas.
Turno do dia
Vigilantes
das 6:00 às 18:00 horas
Turno da noite:
Vigilantes:
das 18:00 às 6:00 horas.
2.
Dispensa:
Toda dispensa que prejudique
os dias letivos e horas-aulas dos alunos será reposta de acordo com a normativa
regente.
8. Avaliação
A avaliação deve ser um processo
contínuo e integrado ao fazer diário do professor, por isso, ela deve ser
realizada sempre que possível em situações normais, evitando a exclusividade da
rotina das situações de provas, na qual o aluno é medido somente naquela
situação específica, abandonando tudo aquilo que foi realizado em sala de aula
antes da prova. A observação deve ser registrada, pois é de grande ajuda para o
professor na realização de um processo de avaliação contínua.
A avaliação será global quando
realizada tendo em vista as várias áreas de capacidades do educando: cognitiva,
motora, de relações interpessoais, de atuação, entre outras. A avaliação será
formativa quando concebida como um meio pedagógico para ajudar o educando em
seu processo educativo.
A avaliação do processo
pedagógico envolve o planejamento e o desenvolvimento do processo de ensino.
Ela não começa nem termina na sala de aula. Portanto, é necessário que a
avaliação cubra desde o Projeto Curricular até a programação do ensino em sala
de aula e de seus resultados (a aprendizagem produzida pelos alunos).
Avaliação
Formativa E Seu Sentido de Melhoria do Processo de Ensino-Aprendizagem
Considerações Finais
As
relações educativas que ocorrem no contexto escolar são complexas e em
permanente reconstrução, por isso, o Projeto Político Pedagógico deve ser
revisto anualmente, pois a dinamicidade do processo histórico faz com que as
construções de tempo e espaço sejam sempre provisórias e as verdades relativas.
No entanto, qualquer mudança não invalida uma história construída num dado
momento, com o enraizamento da escola em sua realidade, o comprometimento, o
trabalho em equipe com a participação de todos, com a valorização do ser humano
na sua totalidade, com uma gestão democrática, com companheirismo, pois o
Projeto Político Pedagógico precisa destes aspectos no momento de sua
construção.
O
mundo está mudando numa velocidade além de nossa capacidade. Simplesmente não
podemos aplicar muitas soluções tradicionais para a complexidade dos problemas
que surgem com as mudanças. O desafio atual é encontrar maneiras de lidar com
elas. Para trabalhar habilidades e competências exige uma mudança de postura
didático-pedagógica, não mais um trabalho tradicional transmissor de
informações. Para isso, temos alguns caminhos: contextualização, postura
interdisciplinar, foco na aprendizagem do aluno, conceito de conteúdo ampliado.
A
escola encarada como uma comunidade educativa mobiliza o conjunto de atores
sociais e profissionais em torno de um projeto comum, onde é preciso demarcar
os espaços próprios de ação, pois só na classificação desses limites se pode
alicerçar uma colocação efetiva. Pensar um Projeto Político Pedagógico
pressupõe que os educadores tenham um espaço onde possam se manifestar e que o
processo da escola e suas experiências acumuladas sejam refletidos.
Por isso, a Escola Padre Dionísio Kuduavizcz
traz a proposta de uma educação voltada para a formação integral do ser humano,
reconhecendo o valor da ética e priorizando os valores humanos. Procura buscar
o ser humano na sua totalidade: que conhece o que faz (com o cérebro), que é
capaz de adquirir e aplicar conhecimentos, que usa a inteligência para resolver
os problemas; que se compromete integralmente com o que faz (com o coração),
que coloca a emoção nas atividades que realiza, que adota atitudes e valores
essenciais, que tem competência e habilidade para construir e promover
mudanças...
Referências
Bibliográficas
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Mariluce
de Souza; Rameh, Letícia. Aprimorando
com Paulo Freire em alfabetização e letramento. Coleção Paulo Rosa, vol.
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FREIRE,
Paulo
(1921-1997). Conscientização: Teoria e
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São Paulo: Ed. Centauro, 2006.
______________- A importância do ato de ler: em três
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BOLOGNO,
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Nova Escola.
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A través deste Projeto vemos que a escola tem grande chance de avançar em termo de conhecimentos. Porque estar bem claro os objetivos que conduzem a uma escola de qualidade.
ResponderExcluirA través deste Projeto vemos que a escola tem grande chance de avançar em termo de conhecimentos. Porque estar bem claro os objetivos que conduzem a uma escola de qualidade.
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